sábado, 14 de novembro de 2020

A fé do tamanho de um grão de mostarda


Vejamos o trecho completo, referente à passagem bíblica que vamos analisar:

Quando chegaram onde estava a multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se diante dele e disse: "Senhor, tem misericórdia do meu filho. Ele tem ataques e está sofrendo muito. Muitas vezes cai no fogo ou na água. Eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo". Respondeu Jesus: "Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino". Jesus repreendeu o demônio; este saiu do menino e, desde aquele momento, ele ficou curado. Então os discípulos aproximaram-se de Jesus em particular e perguntaram: "Por que não conseguimos expulsá-lo?" Ele respondeu: "Por que a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível. Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum". (Mateus 17:14-21)

Quando o Rei Jesus disse estas palavras, Ele e três de seus discípulos tinham descido há pouco tempo do Monte Hermom, onde haviam experimentado o evento da transfiguração do Senhor. Eles ainda estavam em Cesareia de Filipe.

E enquanto Jesus estava no alto do monte com Pedro, João e Tiago, uma grande multidão que queria conhecê-lo se juntou ali nas proximidades, onde também o restante dos discípulos estava aguardando o Mestre e os outros que foram com Ele retornarem. Nesse meio tempo, os discípulos que aguardavam Jesus descer do monte foram procurados por um homem que tinha um filho mentalmente perturbado.

Os discípulos discerniram que o menino estava dominado por um demônio, mas não tiveram sucesso ao tentarem expulsá-lo da criança. Quando Jesus retornou para eles acabou encontrando o homem, que, ajoelhado, lhe relatou o ocorrido e pediu sua ajuda para resolver a situação do filho.

Quando soube pelo homem o que tinha acontecido, o Mestre falou com severidade: "Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los?". Jesus reagiu dessa maneira, pois, apesar dos sinais claros que dava de que era o Messias, especialmente seus discípulos, que estavam sempre próximos a Ele, ainda não conseguiam enxergar e entender isso. Eles tentaram imitar Jesus, sem entender bem como as coisas estavam acontecendo, na expectativa de que tudo ocorresse da mesma forma como era com o Senhor.

Porém, aquele pai de família, apenas com o que ouviu falar de Jesus, teve convicção suficiente de que ao procurá-lo seu filho seria curado. O comportamento do homem, ajoelhando-se diante do Senhor, mostra que ele estava ENXERGANDO quem Jesus realmente era e a autoridade que tinha. E por causa da fé que aquele homem teve, seu filho foi liberto da possessão. A fé daquele pai o levou a esperar naquele lugar até encontrar Jesus pessoalmente; ele podia ter desanimado, ao ver que os discípulos de Jesus não tinham conseguido expulsar o demônio de seu filho.

Após o menino ter sido curado, os discípulos procuraram Jesus em particular para saber o porquê de não terem tido êxito ao tentarem expulsar o demônio; então, o Cristo lhes respondeu que eles não conseguiram porque "a fé deles era pequena". Porém, em seguida o Senhor fala que "se eles tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda" (que é muito pequeno), nada lhes seria impossível. 

À primeira vista, parece que Jesus estava se contradizendo, mas, se conseguirmos captar o sentido do seu raciocínio, entenderemos a que tipo de fé o Mestre estava se referindo.

É importante saber que qualquer fé é racional, ou seja, ela sempre estará embasada num tipo de conhecimento; e com a fé verdadeira em Deus isso não é diferente. Então, o que acontecia ali é que a fé dos discípulos ainda não estava firmada no conhecimento do Reino de Deus e da sua justiça, que são totalmente espirituais e não seguem a realidade do mundo; por isso eles não tinham o entendimento claro da realidade espiritual nem do poder de Deus. 

De fato, naquele momento os discípulos de Cristo sabiam apenas o que a maioria das pessoas sabiam; tudo o que conheciam sobre Deus tinham aprendido ao longo dos anos com os pais e nas sinagogas, possuindo um conhecimento MISTURADO, composto do conteúdo da Torah agregado às doutrinas enganosas ensinadas pelos fariseus. O ensino de Cristo (que confirmava apenas o conteúdo da Torah!) ainda era algo novo para eles e que, infelizmente, apesar dos sinais que Jesus estava dando e de seu ensino se relacionar com um conhecimento que eles já deveriam ter, não estava sendo levado em consideração.

Por isso, o Cristo os repreendeu, e depois chamou a fé deles de "pequena". Aquele conhecimento misturado, na maior parte do tempo, levava as pessoas à incredulidade, com relação a verdadeira identidade de Deus e fazia com que elas pervertessem (transgredissem) os princípios (ou as leis) da justiça eterna. Depois que entendemos o ensino de Cristo, não é difícil perceber que essa situação se continua até hoje, e dentro da maioria das igrejas cristãs, mesmo após o evangelho estar sendo anunciado com tanto empenho.

A fé genuína, portanto, deve estar embasada somente no conhecimento do Reino de Deus e da sua justiça, e não pode estar misturada a nenhum outro tipo de conhecimento. Tais informações sobre a realidade espiritual só podem chegar até nós sem mistura se forem provenientes unicamente daquilo que Cristo ensina. Por isso é muito importante que cada seguidor de Jesus procure buscar especialmente no Novo Testamento o entendimento correto da justiça de Deus e de Seu Reino, revelado pelo próprio Cristo.

Quando alguém alicerça sua fé em Deus no conhecimento advindo somente de Jesus, mesmo que ainda esteja na fase inicial (ou seja, mesmo que a fé que foi gerada em seu coração ainda seja pequenina, do tamanho de um grão de mostarda, como Ele ensinou), ela levará tal pessoa a agir como um cidadão do Reino de Deus, visto que está dentro desse lugar, e está entendendo e usufruindo dessa realidade superior. E isso quer dizer que essa pessoa também vai usar, obviamente, a autoridade que lhe é concedida por seu Rei, Jesus Cristo, em nome dele, quando julgar necessário.

O Mestre também ensina, nesse episódio, algo importante aos discípulos: quem não tem sua fé alicerçada somente no conhecimento do Reino de Deus, mesmo que saiba que "no nome de Jesus há poder", terá que proceder de uma maneira diferenciada se quiser ter sucesso em lidar com manifestações espirituais malignas. 

Pessoas que ainda não entendem a realidade do Reino de Deus precisam, portanto, se dedicar mais à oração e também jejuarem (sacrifício que se faz especialmente em prol do domínio dos desejos carnais), para terem êxito ao expulsarem demônios. 

Por este motivo foi que Jesus concluiu seu raciocínio falando que "aquela espécie só sairia pela oração e pelo jejum". Do jeito que os discípulos estavam naquele momento, com uma fé em Deus embasada num conhecimento misturado sobre Ele, essa seria a única maneira de se obter sucesso numa situação mais complicada como aquela.


Missionária Oriana Costa.


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Este é o meu Filho amado em quem me agrado.

Estas palavras foram ditas pelo Pai Criador, que se manifestou sobrenaturalmente a Pedro, Tiago e João, falando-lhes acerca de quem era o Cristo (o Filho a quem Ele amava e de quem se agradava sempre) e da autoridade que havia sido entregue a Ele para proclamar Seu Reino e ensinar sua justiça (quando falou "ouçam-no"). 

Esse evento especial aconteceu seis dias após Cristo e seus discípulos chegarem à Cesareia de Filipe, num local isolado, no alto do Monte Hermon.

Esse realmente foi um momento ímpar para aqueles três homens, que ainda eram discípulos de Cristo e iriam assumir, num futuro próximo, o encargo de Apóstolos na primeira formação da igreja do Senhor na Terra. 

Eles tiveram a honra de ter um rápido vislumbre da glória do Reino de Deus, vendo o Rei Jesus como Ele realmente é, além de verem a Moisés e Elias (bem vivos!) conversando com Jesus. E somado a isso, ainda puderam ouvir claramente a voz do Pai Criador lhes apresentando o Seu Filho. 

No entanto, como o Cristo ainda não tinha sido sacrificado e ainda não havia ressuscitado, aqueles três discípulos não entenderam bem o que viram e ouviram, apesar da experiência ter sido tão intensa. Eles não entenderam que estavam diante de uma manifestação visível da realidade do Reino de Deus diante deles. E também não entenderam o porquê de seu mestre estar falando especificamente com Moisés e Elias naquele momento.

De fato, os discípulos deveriam ter provas concretas de que o reino que lhes estava sendo anunciado por Jesus era real, e essa foi mais uma. E também foi uma prova incontestável de que o conteúdo da Torah é verdadeiro e está apontando para o Cristo, que iria cumprir à risca tudo o que estava escrito a respeito dele. 

Moisés e Elias conversando com Jesus naquele momento representava algo importante, e que os discípulos entenderam mais tarde: os dois eram figuras bem claras de Cristo, pois representaram com suas vidas o que iria acontecer no futuro em Israel. 

Deus usou especificamente as vidas daqueles dois homens, enquanto estavam na Terra, para mostrar aos israelitas no passado que o Messias viria a eles gerações à frente fazendo coisas semelhantes aquelas que eles estavam fazendo, e seria não somente o seu resgatador, mas seria aquele que abriria a porta do perdão dos pecados para toda a humanidade.

Foi usando a vida de Moisés que Deus libertou os israelitas da escravidão no Egito, conduzindo-os a uma terra específica, onde ali seriam abençoados: Canaã (esta terra é um dos lugares que representa o Reino de Deus no Antigo Testamento) - e sabemos que o Cristo foi enviado para libertar a todos os que crêem nele da escravidão do pecado, dando-lhes gratuitamente a herança da vida eterna, que é a permissão para entrar e fazer parte de Seu Reino definitivamente.

E foi através da vida do profeta Elias que o Pai mostrou aos israelitas que quando o Messias viesse realizaria milagres diferenciados, pois assim como o profeta curou enfermos, ressuscitou mortos e multiplicou os alimentos (farinha e azeite) na casa da viúva, por exemplo, o Rei Jesus agiu de forma similar em seu ministério e continua agindo até agora.


Missionária Oriana Costa.