quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

O milagre da moeda de quatro dracmas.

No capítulo 17 do Evangelho de Mateus, encontramos três eventos bem peculiares que aconteceram no ministério terreno do Rei Jesus Cristo, dois dos quais já tratamos aqui no blog, que foram a transfiguração do Mestre no Monte Hermom e a cura/libertação do menino possesso.

Agora vamos observar o momento em que o Senhor Jesus se antecipa a Pedro, já sabendo por obra do Espírito Santo o que havia acontecido com ele, dizendo-lhe em seguida o que deveria fazer para pagar um tributo. Este evento se inicia a partir do versículo 24 do capítulo que estamos analisando.

Todos os três eventos desse capítulo, como sabemos, estão diretamente relacionados com a realidade do Reino de Deus. Neste último, onde Pedro é instruído pelo Cristo em como deveria fazer para conseguir o valor para pagar um certo imposto, há a revelação de mais uma característica desse Reino: Filhos de Deus não precisam pagar ao seu Pai para fazerem parte desse lugar. Se somos filhos, temos direito de estar no Reino e usufruir dele gratuitamente.

Porém, naquele momento, os israelitas ainda não tinham conhecimento sobre a realidade do Reino dos Céus e seguiam obedecendo a Lei mosaica, sem entender que é para Cristo e para o Seu Reino que ela apontava todo o tempo.

Na Lei havia um mandamento específico, o qual determinava que todo o povo de Israel deveria contribuir uma vez por ano, com o valor de "meio siclo" (que equivalia a duas dracmas romanas) por pessoa adulta, em prol da expiação dos pecados do povo (Êxodo 30:11-16). Esse era o "imposto do templo", sobre o qual Pedro foi interrogado.

Este tributo, somado a alguns outros, como o dízimo, por exemplo, foi dado por Deus aos israelitas para garantir que o serviço do templo não parasse. Fazendo essas contribuições, os israelitas mantinham os sacerdotes e levitas providos em suas necessidades para continuarem seu trabalho. Por terem sido consagrados a Deus, eles tinham que se dedicar integralmente ao cumprimento dos rituais ordenados por Ele, e por causa disso, não podiam trabalhar plantando e criando animais para se sustentarem, como a maioria do povo fazia.

Se os sacerdotes e levitas não fizessem seu trabalho no templo, os mandamentos pela expiação dos pecados do povo deixavam de ser cumpridos assim como Deus ordenava na Lei – pois o povo continuava pecando contra o Criador continuamente –, e essa situação, por sua vez, tornava os israelitas dignos de juízo.

Portanto, o valor de meio siclo pago anualmente era uma oferta ao Senhor e deveria ser entregue ao serviço da tenda da congregação. Assim sendo, este ato impedia que um juízo de Deus sobre a maldade, em forma de pragas destruidoras, caísse sobre todo o povo de Israel. 

É importante lembrar aqui que, apesar de Jesus não ter podido trabalhar secularmente durante o Seu ministério terreno, nunca lhe faltou o dinheiro para que se sustentasse e pagasse os tributos, fossem eles relativos ao cumprimento da Lei ou fossem eles relativos ao domínio do Império Romano sobre Israel. 

O Pai providenciou mantenedores para sustentarem o trabalho da anunciação do Reino de Deus, dentre eles estavam mulheres de boas condições financeiras, que haviam sido curadas e libertas pelo poder de Deus através do trabalho de Jesus Cristo (Lucas 8:1-3).

Por este motivo, o milagre que aconteceu no episódio que estamos analisando foi diferenciado dos demais milagres realizados por Jesus, exatamente para que Pedro tivesse a confirmação de que seu mestre era realmente o Filho de Deus, o Messias enviado para resgatar o povo.

Assim, além de falar sobre a cobrança do imposto com seu discípulo, antes que este pudesse ter-lhe dito qualquer coisa, o Rei Jesus ainda lhe mostrou onde conseguir uma moeda de quatro dracmas de uma forma totalmente inusitada. Aquele valor pagaria não somente a parte de Jesus, mas a parte de Pedro também.

Quando o Senhor perguntou a Pedro "De quem os reis da terra cobram tributos e impostos: de seus próprios filhos ou dos outros?", Ele quis chamar a atenção de Seu discípulo para três fatos importantes: o primeiro era que os reis da terra não cobravam impostos de seus próprios filhos, para que estes permanecessem ao seu lado; logo, o Pai celestial também não cobraria qualquer valor de seus filhos para que estes estejam com Ele em Seu Reino.

O segundo era de que o seu Mestre era mesmo o Filho do Deus Vivo, enviado pelo Pai para justificar os pecados do povo, e n'Ele não havia pecado. O terceiro era que o templo havia sido construído por orientação do Pai, para que Ele interagisse com os israelitas ali. Ora, se Cristo é o Filho Unigênito de Deus, então o templo também existia por causa d'Ele e para Ele.

Foi por estas três causas que, após a resposta de Pedro afirmando que os reis da terra só cobravam impostos dos outros, Cristo respondeu: "Então os filhos estão isentos". Isso quer dizer que o Senhor Jesus não precisaria dar oferta por Si mesmo ali, ou em qualquer outro lugar da terra, pois n'Ele não havia maldade que precisasse ser justificada.

Isso também significa que após aceitarmos o suficiente sacrifício de Cristo pelos nossos pecados, que nos justifica diante do Pai Criador e nos torna seus filhos por adoção, nós também estamos isentos de ter que cumprir todos os mandamentos da Lei relacionados a expiação dos nossos pecados, ou que apontem a necessidade de uma justificação.

Quando somos justificados por Cristo, nós entramos em Seu Reino e assim passamos a conhecer plenamente os princípios e a justiça desse lugar e a obedecê-la de coração. Tais princípios são superiores aos mandamentos da Lei mosaica, uma vez que eles já existiam antes que o homem pecasse e a própria Lei mosaica existisse. Desta forma, os israelitas tinham que perseverar em obedecer aquela lei até que o Messias viesse, pois não estavam dentro do Reino de Deus e, por esta causa, precisavam dos contínuos sacrifícios, a fim de estarem justificados, diante de Deus, na carne.

Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? (Hebreus 9:13,14)

Naquele momento, o Senhor Jesus deveria ocultar temporariamente sua posição de divindade diante do povo para cumprir as escrituras, então Ele pagou o imposto e cumpriu o mandamento. Ele não foi enviado para se exaltar, mas para se humilhar em nosso favor, concedendo a toda humanidade a graça da salvação.

Quanto a forma inusitada de conseguir a moeda de quatro dracmas, seria interessante que os coletores do imposto do templo estivessem presenciando como ela estava sendo adquirida. Obviamente Jesus poderia não ter feito daquela forma. Poderia, simplesmente, ter chamado Judas para retirar da bolsa das ofertas o valor necessário para o pagamento dos dois impostos.

A Escritura não relata se Pedro estava acompanhado daqueles homens no momento que pegou o peixe; no entanto, seria impactante para eles se tivessem visto Pedro tirar o peixe do anzol e puxar a moeda de dentro da boca do animal. Certamente, após observarem aquele evento, a primeira pergunta que eles teriam feito àquele discípulo de Cristo seria: como você sabia que havia uma moeda de quatro dracmas na boca desse peixe?

Muito provavelmente, se Pedro tivesse que pagar o tributo a partir de seu trabalho como pescador, teria que pescar muitos peixes e vendê-los, para, em seguida, usar o dinheiro obtido. Naquele momento, no entanto, os discípulos de Cristo não tinham condições de trabalhar como antes, pois seu tempo era dedicado a acompanhar o Senhor Jesus no ministério de anunciação do Reino. Foi por isso que o Senhor providenciou o valor do pagamento para seu discípulo também.

A conclusão que chegamos é que, mais uma vez, o Senhor Jesus mostra Sua misericórdia, bondade, cuidado e justiça; também confirma que a realidade do Seu Reino é muito superior, e infinitas vezes melhor, que a realidade desse mundo mau no qual vivemos.


Texto: Missionária Oriana Costa

Revisão: Pr. Wendell Costa

sábado, 14 de novembro de 2020

A fé do tamanho de um grão de mostarda


Vejamos o trecho completo, referente à passagem bíblica que vamos analisar:

Quando chegaram onde estava a multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se diante dele e disse: "Senhor, tem misericórdia do meu filho. Ele tem ataques e está sofrendo muito. Muitas vezes cai no fogo ou na água. Eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo". Respondeu Jesus: "Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino". Jesus repreendeu o demônio; este saiu do menino e, desde aquele momento, ele ficou curado. Então os discípulos aproximaram-se de Jesus em particular e perguntaram: "Por que não conseguimos expulsá-lo?" Ele respondeu: "Por que a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível. Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum". (Mateus 17:14-21)

Quando o Rei Jesus disse estas palavras, Ele e três de seus discípulos tinham descido há pouco tempo do Monte Hermom, onde haviam experimentado o evento da transfiguração do Senhor. Eles ainda estavam em Cesareia de Filipe.

E enquanto Jesus estava no alto do monte com Pedro, João e Tiago, uma grande multidão que queria conhecê-lo se juntou ali nas proximidades, onde também o restante dos discípulos estava aguardando o Mestre e os outros que foram com Ele retornarem. Nesse meio tempo, os discípulos que aguardavam Jesus descer do monte foram procurados por um homem que tinha um filho mentalmente perturbado.

Os discípulos discerniram que o menino estava dominado por um demônio, mas não tiveram sucesso ao tentarem expulsá-lo da criança. Quando Jesus retornou para eles acabou encontrando o homem, que, ajoelhado, lhe relatou o ocorrido e pediu sua ajuda para resolver a situação do filho.

Quando soube pelo homem o que tinha acontecido, o Mestre falou com severidade: "Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los?". Jesus reagiu dessa maneira, pois, apesar dos sinais claros que dava de que era o Messias, especialmente seus discípulos, que estavam sempre próximos a Ele, ainda não conseguiam enxergar e entender isso. Eles tentaram imitar Jesus, sem entender bem como as coisas estavam acontecendo, na expectativa de que tudo ocorresse da mesma forma como era com o Senhor.

Porém, aquele pai de família, apenas com o que ouviu falar de Jesus, teve convicção suficiente de que ao procurá-lo seu filho seria curado. O comportamento do homem, ajoelhando-se diante do Senhor, mostra que ele estava ENXERGANDO quem Jesus realmente era e a autoridade que tinha. E por causa da fé que aquele homem teve, seu filho foi liberto da possessão. A fé daquele pai o levou a esperar naquele lugar até encontrar Jesus pessoalmente; ele podia ter desanimado, ao ver que os discípulos de Jesus não tinham conseguido expulsar o demônio de seu filho.

Após o menino ter sido curado, os discípulos procuraram Jesus em particular para saber o porquê de não terem tido êxito ao tentarem expulsar o demônio; então, o Cristo lhes respondeu que eles não conseguiram porque "a fé deles era pequena". Porém, em seguida o Senhor fala que "se eles tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda" (que é muito pequeno), nada lhes seria impossível. 

À primeira vista, parece que Jesus estava se contradizendo, mas, se conseguirmos captar o sentido do seu raciocínio, entenderemos a que tipo de fé o Mestre estava se referindo.

É importante saber que qualquer fé é racional, ou seja, ela sempre estará embasada num tipo de conhecimento; e com a fé verdadeira em Deus isso não é diferente. Então, o que acontecia ali é que a fé dos discípulos ainda não estava firmada no conhecimento do Reino de Deus e da sua justiça, que são totalmente espirituais e não seguem a realidade do mundo; por isso eles não tinham o entendimento claro da realidade espiritual nem do poder de Deus. 

De fato, naquele momento os discípulos de Cristo sabiam apenas o que a maioria das pessoas sabiam; tudo o que conheciam sobre Deus tinham aprendido ao longo dos anos com os pais e nas sinagogas, possuindo um conhecimento MISTURADO, composto do conteúdo da Torah agregado às doutrinas enganosas ensinadas pelos fariseus. O ensino de Cristo (que confirmava apenas o conteúdo da Torah!) ainda era algo novo para eles e que, infelizmente, apesar dos sinais que Jesus estava dando e de seu ensino se relacionar com um conhecimento que eles já deveriam ter, não estava sendo levado em consideração.

Por isso, o Cristo os repreendeu, e depois chamou a fé deles de "pequena". Aquele conhecimento misturado, na maior parte do tempo, levava as pessoas à incredulidade, com relação a verdadeira identidade de Deus e fazia com que elas pervertessem (transgredissem) os princípios (ou as leis) da justiça eterna. Depois que entendemos o ensino de Cristo, não é difícil perceber que essa situação se continua até hoje, e dentro da maioria das igrejas cristãs, mesmo após o evangelho estar sendo anunciado com tanto empenho.

A fé genuína, portanto, deve estar embasada somente no conhecimento do Reino de Deus e da sua justiça, e não pode estar misturada a nenhum outro tipo de conhecimento. Tais informações sobre a realidade espiritual só podem chegar até nós sem mistura se forem provenientes unicamente daquilo que Cristo ensina. Por isso é muito importante que cada seguidor de Jesus procure buscar especialmente no Novo Testamento o entendimento correto da justiça de Deus e de Seu Reino, revelado pelo próprio Cristo.

Quando alguém alicerça sua fé em Deus no conhecimento advindo somente de Jesus, mesmo que ainda esteja na fase inicial (ou seja, mesmo que a fé que foi gerada em seu coração ainda seja pequenina, do tamanho de um grão de mostarda, como Ele ensinou), ela levará tal pessoa a agir como um cidadão do Reino de Deus, visto que está dentro desse lugar, e está entendendo e usufruindo dessa realidade superior. E isso quer dizer que essa pessoa também vai usar, obviamente, a autoridade que lhe é concedida por seu Rei, Jesus Cristo, em nome dele, quando julgar necessário.

O Mestre também ensina, nesse episódio, algo importante aos discípulos: quem não tem sua fé alicerçada somente no conhecimento do Reino de Deus, mesmo que saiba que "no nome de Jesus há poder", terá que proceder de uma maneira diferenciada se quiser ter sucesso em lidar com manifestações espirituais malignas. 

Pessoas que ainda não entendem a realidade do Reino de Deus precisam, portanto, se dedicar mais à oração e também jejuarem (sacrifício que se faz especialmente em prol do domínio dos desejos carnais), para terem êxito ao expulsarem demônios. 

Por este motivo foi que Jesus concluiu seu raciocínio falando que "aquela espécie só sairia pela oração e pelo jejum". Do jeito que os discípulos estavam naquele momento, com uma fé em Deus embasada num conhecimento misturado sobre Ele, essa seria a única maneira de se obter sucesso numa situação mais complicada como aquela.


Missionária Oriana Costa.


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Este é o meu Filho amado em quem me agrado.

Estas palavras foram ditas pelo Pai Criador, que se manifestou sobrenaturalmente a Pedro, Tiago e João, falando-lhes acerca de quem era o Cristo (o Filho a quem Ele amava e de quem se agradava sempre) e da autoridade que havia sido entregue a Ele para proclamar Seu Reino e ensinar sua justiça (quando falou "ouçam-no"). 

Esse evento especial aconteceu seis dias após Cristo e seus discípulos chegarem à Cesareia de Filipe, num local isolado, no alto do Monte Hermon.

Esse realmente foi um momento ímpar para aqueles três homens, que ainda eram discípulos de Cristo e iriam assumir, num futuro próximo, o encargo de Apóstolos na primeira formação da igreja do Senhor na Terra. 

Eles tiveram a honra de ter um rápido vislumbre da glória do Reino de Deus, vendo o Rei Jesus como Ele realmente é, além de verem a Moisés e Elias (bem vivos!) conversando com Jesus. E somado a isso, ainda puderam ouvir claramente a voz do Pai Criador lhes apresentando o Seu Filho. 

No entanto, como o Cristo ainda não tinha sido sacrificado e ainda não havia ressuscitado, aqueles três discípulos não entenderam bem o que viram e ouviram, apesar da experiência ter sido tão intensa. Eles não entenderam que estavam diante de uma manifestação visível da realidade do Reino de Deus diante deles. E também não entenderam o porquê de seu mestre estar falando especificamente com Moisés e Elias naquele momento.

De fato, os discípulos deveriam ter provas concretas de que o reino que lhes estava sendo anunciado por Jesus era real, e essa foi mais uma. E também foi uma prova incontestável de que o conteúdo da Torah é verdadeiro e está apontando para o Cristo, que iria cumprir à risca tudo o que estava escrito a respeito dele. 

Moisés e Elias conversando com Jesus naquele momento representava algo importante, e que os discípulos entenderam mais tarde: os dois eram figuras bem claras de Cristo, pois representaram com suas vidas o que iria acontecer no futuro em Israel. 

Deus usou especificamente as vidas daqueles dois homens, enquanto estavam na Terra, para mostrar aos israelitas no passado que o Messias viria a eles gerações à frente fazendo coisas semelhantes aquelas que eles estavam fazendo, e seria não somente o seu resgatador, mas seria aquele que abriria a porta do perdão dos pecados para toda a humanidade.

Foi usando a vida de Moisés que Deus libertou os israelitas da escravidão no Egito, conduzindo-os a uma terra específica, onde ali seriam abençoados: Canaã (esta terra é um dos lugares que representa o Reino de Deus no Antigo Testamento) - e sabemos que o Cristo foi enviado para libertar a todos os que crêem nele da escravidão do pecado, dando-lhes gratuitamente a herança da vida eterna, que é a permissão para entrar e fazer parte de Seu Reino definitivamente.

E foi através da vida do profeta Elias que o Pai mostrou aos israelitas que quando o Messias viesse realizaria milagres diferenciados, pois assim como o profeta curou enfermos, ressuscitou mortos e multiplicou os alimentos (farinha e azeite) na casa da viúva, por exemplo, o Rei Jesus agiu de forma similar em seu ministério e continua agindo até agora.


Missionária Oriana Costa.


sábado, 24 de outubro de 2020

Quem perder a vida por minha causa, a encontrará.


No trecho em questão, Cristo está falando palavras muito fortes e desafiadoras aos seus discípulos. Nesta pequena parte do capítulo 16 do Evangelho de Mateus, o Rei Jesus está dizendo o seguinte: se alguém pensa que vai salvar sua vida seguindo os princípios deste mundo, está enganado, pois vai perdê-la; no entanto, quem abdicar dos princípios do mundo e colocar os princípios do meu Reino em primeiro lugar em sua vida, seguindo-os sem duvidar, encontra e recebe a vida verdadeira.

Os princípios ou a justiça do mundo não guiam as pessoas até a fonte de vida verdadeira, porque NÃO SÃO PUROS: eles estão embasados no conhecimento do bem e do mal (que é a famosa "maldade" - Gn 2:9, Gn 2:17). Então, os sistemas do mundo prometem saúde, segurança, paz, alegria, diversão, proteção, mas estão firmados nas APARÊNCIAS das situações e nos sentimentos humanos, que são instáveis e falhos. 

Assim sendo, as promessas vindas do mundo não são plenamente confiáveis, visto que as situações que as pessoas passam no mundo e os sentimentos humanos mudam constantemente: ora as pessoas estão felizes, porque a situação está muito boa para elas, ora estão infelizes, porque as circunstâncias estão ruins e elas não sabem como fazer para revertê-las. 

Por estarem embasados no conhecimento do bem e do mal, portanto, os princípios e promessas do mundo trazem sucesso, alegria, paz e segurança misturados a muitas frustrações, decepções, tristezas, medos, dúvidas e prejuízos em todo o tempo; e tais preceitos não guiam as pessoas a nenhum outro lugar senão ao próprio mundo, cujo fim é a morte, a destruição.

Já os princípios do Reino de Deus, que constituem a justiça de Deus, são imutáveis e não variam jamais. Eles são estáveis e nos direcionam para a fonte de vida, que é o nosso Criador; isso acontece porque estão embasados na própria natureza dele: o nosso Criador é separado do mal (por isso Ele é chamado Santo), nele não há a operação da maldade. 

A natureza de Deus é totalmente pura, por isso podemos confiar plenamente nele e em tudo o que vem dele. E tudo o que vem de Deus É SEMPRE BENÉFICO aos seres humanos, visto que fomos criados por Ele a sua imagem e semelhança. Portanto, quem segue a Cristo e aprende os princípios do Reino de Deus, buscando praticá-los, é levado a usufruir da realidade desse lugar no mundo, que é a vida abundante, a vida eterna. 

Mas, seguir a Cristo em meio à operação do conhecimento do bem e do mal que segue atuando espiritualmente em nossos corpos não é algo fácil. Esse conhecimento age contrariando os princípios da criação, e, consequentemente, ele contende contra a justiça de Deus todo o tempo. 

Isso significa que aqueles que insistirem em viver de todo o coração a verdade revelada por Cristo vão sofrer certos tipos de aflições: primeiro dentro de si mesmos, lutando para não atenderem os desejos contrários à justiça de Deus provenientes de seus próprios corpos; e, segundo, no mundo, sofrendo perseguições, calúnias, difamações, abandono, rejeição, preconceitos, prejuízos materiais, e até mesmo estando sob o risco de serem mortos por causa do ódio nos corações dos que não vivem segundo os princípios do Reino de Deus. 

Isso não quer dizer, absolutamente, que as pessoas que vivem segundo a realidade do mundo sofram menos: conflitos, medo, desespero, mentiras, violência, doenças e morte fazem parte da rotina normal de alguém que vive de acordo com o conhecimento do bem e do mal. 

Porém, há uma diferença especial entre estas duas situações: os que sofrem por viverem segundo os princípios do mundo não entendem bem o porquê de suas tribulações, não tem certeza do que lhes sobrevirá no futuro (a não ser a morte), e seus sentimentos variam conforme mudam as situações; os que sofrem por viverem segundo os princípios da justiça de Deus discernem de onde está vindo as situações difíceis que passam e tem a autoridade dada por Cristo para bloquear a ação da maldade em suas vidas, tem certeza do que lhes acontecerá no futuro (vida eterna) e seus sentimentos estão embasados não na instabilidade do mundo, mas, no conhecimento estável da justiça de Deus, o que lhes proporciona usufruírem da paz e alegria verdadeiras, ainda que estejam em situações difíceis (Jo 14:27, 2Co 4:16-18).

Cristo passou por situações bem complicadas e de uma forma bem intensa, durante o tempo de seu ministério terreno; e não foi diferente o que aconteceu com os apóstolos, após a morte e ressurreição de Jesus. No entanto, todos eles perseveraram naquilo que "conheciam" e não tinham qualquer dúvida de que, mesmo que as aparências apontassem perdas e sofrimentos, eles estavam sendo mais que vencedores. 

Eles negaram seus desejos terrenos a fim de atenderem ao chamado que o Pai estava lhes fazendo, para que, além de viverem a justiça de Deus no mundo, também anunciassem o Seu Reino onde estivessem. E, assim como os apóstolos, que IMITARAM O PROCEDIMENTO DE CRISTO dando o fruto que Deus esperava colher deles, todos os que desejam usufruir da maravilhosa realidade do Reino de Deus agora e após a volta de Cristo estão agindo da mesma forma.

Foi por isso que ao ensinar seus discípulos o Rei Jesus Cristo disse: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me."

Deus deseja que toda a humanidade usufrua da realidade maravilhosa de Seu Reino (essa é a sua única e boa, agradável e perfeita vontade) apesar de saber que nem todos crerão na aliança de paz que Ele estabeleceu entre si mesmo e os homens. E esta notícia o nosso Criador faz com que seja de várias formas e insistentemente anunciada através dos séculos até que o tempo desse trabalho esteja plenamente cumprido.

Concluindo, Jesus nos mostra com seu ensino que neste mundo os seres humanos sempre terão que perder algumas coisas em prol do ganho de outras. E, no propósito de se ganhar alguma coisa, existem apenas dois caminhos para trilhar: aquele onde se escolhe trabalhar para si mesmo (este é o caminho largo), a fim de ganhar aquilo que o mundo oferece, porém, onde se perde a alma, pois os homens não tem como pagar o preço de suas próprias vidas; e aquele onde se escolhe trabalhar para Deus, perseverando em viver de acordo com o Seu Reino (este é o caminho apertado) e anunciando ao mundo este lugar: os que assim procedem se tornam herdeiros da vida eterna, pois o preço de suas vidas está pago pelo mais que suficiente sacrifício de Cristo.

Missionária Oriana Costa.




terça-feira, 22 de setembro de 2020

O fermento dos fariseus e dos saduceus.


No trecho bíblico que vamos analisar aqui, Jesus está ensinando mais uma vez aos seus discípulos através de uma pequena parábola.

Para podermos entender bem sobre o alerta que Jesus está dando aos seus discípulos nesse trecho, é bom contextualizá-lo. Abaixo vamos ler o que aconteceu, um pouco antes de Cristo falar sobre o tal "fermento" dos fariseus e saduceus:

Os fariseus e os saduceus aproximaram-se de Jesus e o puseram à prova, pedindo-lhe que lhes mostrasse um sinal do céu. Ele respondeu: "Quando a tarde vem, vocês dizem: ‘Vai fazer bom tempo, porque o céu está vermelho’, e de manhã: ‘Hoje haverá tempestade, porque o céu está vermelho e nublado’. Vocês sabem interpretar o aspecto do céu, mas não sabem interpretar os sinais dos tempos! Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas". Então Jesus os deixou e retirou-se. Indo os discípulos para o outro lado do mar, esqueceram-se de levar pão. Disse-lhes Jesus: "Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus". (Mateus 16:1-6)

Essa frase dita pelo Rei Jesus, na verdade, é o fechamento de uma sucessão de eventos, que aconteceram na seguinte ordem: peregrinando pela região da Galileia, Jesus foi a Tiro e Sidom, e saindo do meio dos povoados foi acampar à beira mar, onde uma grande multidão o acompanhou. Depois, Ele foi de barco para um outro lugar também próximo dali, chamado Magadã.

E antes de se despedir dos habitantes de Tiro e Sidom, Jesus realizou PELA SEGUNDA VEZ(!) o milagre da multiplicação dos pães e peixes, para alimentar a multidão de cerca de 4.000 indivíduos que o seguia (Leia o capítulo 15 de Mateus).

Provavelmente, quando Jesus chegou em Magadã, já devia estar famoso lá, por causa dos milagres maravilhosos que andou realizando nas cidades vizinhas e, especialmente, por causa desse último. E, certamente, Ele deu continuidade à anunciação do Reino de Deus em mais essa cidade, provando sua existência e funcionalidade através dos milagres e prodígios sem igual que aconteciam através dele.

No inicio do capítulo 16 de Mateus, observamos que algum tempo depois de chegar a Magadã, como já era de se esperar, Cristo recebe novamente a visita dos fariseus e saduceus que moravam ali, e que vieram averiguar quem era aquele indivíduo sobre o qual as pessoas estavam falando tanto.

Seus discípulos, mais uma vez, presenciaram aqueles homens religiosos e influentes tentando persuadir Jesus; e mais uma vez ouviram o Cristo responder a eles com a sabedoria que lhe fora dada pelo Pai, deixando-os sem reação. Depois que isso aconteceu, Jesus saiu de Magadã e novamente entrou no barco com seus discípulos, atravessando o mar da Galileia para agora ir à região de Cesaréia.

Enquanto estavam nessa viagem, Cristo então aproveita para ensinar os discípulos através de mais uma parábola, aonde novamente seus alunos ficam sem entender sobre o que seu mestre estava falando.

No mesmo capítulo do trecho que estamos analisando aqui, alguns versículos à frente, Jesus explica do que se tratava "o fermento" que mencionou em sua fala: era "o ensino" equivocado sobre Deus que os homens religiosos, e que tinham muita influência em Israel à época, estavam passando para o povo. O conhecimento que eles tinham era tão enganoso que não conseguiam enxergar diante de si os sinais que Jesus já estava dando na cidade deles, de que era o Messias que eles diziam estar esperando.

Por isso, quando vieram falar com Jesus, por não conseguirem enxergar nem entender a manifestação do Reino de Deus, foram tolos a ponto de pedir ao Cristo que "lhes mostrasse um sinal do céu"!

Vocês sabem interpretar o aspecto do céu, mas não sabem interpretar os sinais dos tempos! Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas". (Mateus 16:3,4)

Voltemos para a cena do barco... Jesus aproveita a ocasião do esquecimento do pão e da preocupação que certamente seus discípulos tiveram naquele momento em adquirir comida, para abrir os seus olhos acerca da forma como os homens religiosos e influentes em Israel iriam agir para desviá-los da verdade: eles iriam aproveitar para "saciar a fome de justiça" que havia naturalmente em seus corações com um conhecimento totalmente equivocado sobre Deus.

Levados PELA SITUAÇÃO de estarem com fome, mas não terem o que comer naquele momento, eles esqueceram o milagre da multiplicação dos pães e peixes, que Jesus tinha operado há poucos dias em Tiro e Sidom, e que Cristo (o Filho de Deus!) estava ali ao lado deles. Isso aconteceu com os discípulos porque apesar de crerem que Jesus era um enviado de Deus, ou era o Messias, ainda não entendiam o Reino de Deus que Jesus perseverava em lhes ensinar e, por isso, a fé que eles tinham ainda era bem pequena, e estava se iniciando.

Devemos lembrar que a fé verdadeira em Deus provém do conhecimento de Seu Reino, por isso precisamos nos empenhar em aprender o máximo que pudermos sobre esse lugar e sobre a justiça que opera a partir dele.

"Homens de pequena fé, por que vocês estão discutindo entre si sobre não terem pão? Ainda não compreendem? Não se lembram dos cinco pães para os cinco mil e de quantos cestos vocês recolheram? Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos recolheram? Como é que vocês não entendem que não era de pão que eu estava lhes falando? Mas tomem cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus". Então entenderam que não estava lhes dizendo que tomassem cuidado com o fermento de pão, mas com o ensino dos fariseus e dos saduceus. (Mateus 16:8-12)

Lendo essa passagem percebemos que nossa situação espiritual ou "o tamanho" da nossa fé irá se revelar ou se manifestar através de nossas ações e reações às situações corriqueiras no mundo. Dessa maneira, foi observando o comportamento dos discípulos que o Rei Jesus soltou o alerta, pois viu na preocupação deles com a falta do que comer na viagem que eles ainda não estavam percebendo e entendendo o Reino de Deus.

Assim como nós alimentamos nossos corpos com comida, nossos corações são alimentados com todas as informações que aceitamos como verdades para nós. E assim como o conhecimento do Reino de Deus age como um fermento que é colocado na preparação dos pães, onde a levedura do fermento se multiplica dentro da massa, fazendo-a aumentar de volume, qualquer outro tipo de conhecimento terá a mesma ação dentro dos corações das pessoas

Aqueles homens religiosos estavam todo o tempo oferecendo ao povo "um pão" muito atrativo, que parecia muito bom, que promovia uma aparência de espiritualidade e sabedoria, mas que de fato estava levedado por um fermento maligno, que levava as pessoas a agirem contra a Justiça de Deus.

Essa é a estratégia que Satanás sempre usa, desde que enganou Eva no Jardim, para persuadir as pessoas a provarem do seu conhecimento: ele trás resultados muito bons e "aparentemente mais rápidos" do que o conhecimento da Justiça de Deus, mas, com o passar do tempo, faz com que as pessoas se tornem escravas de si mesmas e não desfrutem da plenitude da vida, dada gratuitamente por Deus aos homens desde que foram criados.

Este tal fermento, ao qual Jesus se refere, são INFORMAÇÕES provenientes das vaidades humanas advindas dos desejos e sentimentos do corpo e da alma, e também da aparência das coisas do mundo, que estão misturadas ao conhecimento da Justiça de Deus declarado em Sua Palavra; essa mistura de conhecimentos é capaz de fazer alguém se sentir muito sábio e eloquente, muito espiritual, mas que, no entanto, encobre o Reino de Deus, que só pode ser visualizado pela palavra de Deus.

Esse conhecimento misturado coloca o foco do indivíduo nas coisas terrenas, geralmente trazendo grande confusão à mente das pessoas e, assim, impede que o indivíduo conheça Deus verdadeiramente e conheça a si mesmo, pois fomos criados por Ele à Sua imagem e semelhança. É por causa dessa confusão que esse conhecimento misturado trás à mente das pessoas que, muitas delas, depois de algum tempo, não conseguem continuar congregando após a chamada "conversão": por não conseguirem entender o Reino de Deus. Tais indivíduos começam a identificar muitos erros, especialmente no comportamento das lideranças, e acabam tornando-se insatisfeitos com o que ouvem e veem.

Desta forma, devemos ter em mente que "o pão" que Deus nos dá está fermentado com o conhecimento do Reino do Deus, que é totalmente bom e justo. As informações que vêm diretamente de Deus são sempre puras, dignas de confiança e de plena aceitação, pois explicarão claramente o que acontece conosco. Nelas não há maldade e podemos acessá-las na certeza de que a fome da Justiça de Deus que há em nossos corações será plenamente saciada, e que não seremos enganados de maneira alguma.

É importante notar que, ao contrário do conhecimento religioso – que está sempre à mão e facilmente pode ser adquirido no mundo de diversas formas – o conhecimento do Reino de Deus está escondido em Sua Palavra e precisa ser desejado, buscado de todo o coração, para que possa ser acessado e entendido claramente.

Concluindo: Através dessa curta parábola, Jesus estava ensinando seus discípulos a não se deixar influenciar pelos desejos da carne, pelo imediatismo de suas almas e corpos, pois se assim fizessem, eles acabariam dando preferência aos ensinos aparentemente "mais espirituais" que estavam sendo oferecidos ali, bem perto deles, capazes de satisfazê-los quase que instantaneamente, mas que iriam privá-los de enxergar e usufruir da realidade perfeita do Reino de Deus e crescer na fé genuína.

Texto: Missionária Oriana Costa
Edição: Pr. Wendell Costa
 

terça-feira, 7 de julho de 2020

O meu Reino não é deste mundo.

Essa fala de Jesus é esclarecedora em alguns aspectos para nós, que ouvimos e cremos na mensagem do evangelho.

No momento em que o Cristo fez essa afirmação, já tinha sido levado preso pelos soldados romanos e estava numa audiência, sendo interrogado pelo governador da província romana da Judéia, Poncio Pilatos.

A afirmação de Cristo que estamos analisando aqui, portanto, foi uma resposta aos seguintes questionamentos do governador:

"Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-to outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?" (João 18:33-35)

Então, o primeiro ponto que a afirmação do Rei Jesus esclarece é com relação ao conteúdo da mensagem do evangelho: a que ela está se referindo? Existem muitas mensagens religiosas sendo divulgadas pelo mundo afora, mas a verdadeira mensagem do evangelho ANUNCIA O REINO DE DEUS, e não filosofias ou pensamentos vindos de religiões.

O segundo ponto é que o reinado ou governo de Jesus Cristo não é baseado em princípios humanos ou na realidade que o mundo experimenta, mas está fundamentado no conjunto de Leis pelo qual a dimensão eterna ou espiritual e a nossa dimensão material foram criadas, e pelas quais as duas funcionam infalivelmente. Por este motivo é que tal governo não pode ser considerado religioso, e foi por isso que o Rei Jesus declarou a Pilatos: "O meu Reino não é deste mundo".

Então, vê-se claramente, pelo ensino de Cristo e pela manifestação do poder e autoridade que tinha e exibia na frente de todos, que aquilo que Ele estava anunciando era puramente o seu reinado ou governo e por quais princípios Ele reina ou governa.

O terceiro aspecto, é que apesar de Jesus Cristo ter sido enviado ao mundo dentro do judaísmo, Ele se colocou à parte da RELIGIÃO judaica. E isso notamos claramente quando ele diz "...para que eu não fosse entregue aos judeus...". Cristo estava em linha com os preceitos da Lei mosaica, que apontavam para o Seu Reino e para a necessidade de justificação que havia para quem desejasse fazer parte dele; no entanto, o Rei Jesus estava em desacordo com princípios religiosos, advindos da aparência do mundo e da maldade humana.

O quarto aspecto é sobre esta afirmação de Jesus sobre seu Reino: "mas agora ele não é daqui". Para quem não sabe, o Reino de Deus já foi deste mundo e era visível (Jardim do Éden), e esteve estabelecido em todo o planeta até antes do evento do Dilúvio. Durante esse evento, o Reino de Deus foi desligado da terra e então permaneceu totalmente ocultado da humanidade, até o momento em que Jesus Cristo veio até nós e passou a anunciá-lo em seu ministério.

Após o início da proclamação do Evangelho, o Reino de Deus e sua Justiça passaram a ser divulgados e ensinados em todo o mundo, sem, no entanto, ser exposto visivelmente, a fim de que a humanidade saiba da sua existência e também fique ciente de que há possibilidade de se adquirir cidadania permanente nele.

Tais informações são de extrema importância para todos, visto que no tempo determinado pelo nosso Criador Seu Reino voltará a ser instalado na terra e ficará VISÍVEL novamente, e desta vez para sempre (no livro de Apocalipse esse acontecimento é descrito como "um novo céu e uma nova terra" - Apocalipse 21:1). E quando esta etapa, que já está devidamente divulgada na Bíblia, se cumprir, quem não tiver adquirido a justificação disponibilizada pelo nosso Criador para ser oficialmente cidadão de Seu Reino ficará de fora dele em definitivo.

A justificação para a aquisição da cidadania no Reino só é possível se este não estiver sendo visto, pois no momento em que Ele é visualizado e conhecido plenamente já não há mais ignorância total sobre ele e, portanto, não há mais desculpa para a tolerância do descumprimento dos seus preceitos, que são ESSENCIAIS à manutenção da vida.

Por isso, Deus tem sido tolerante com a humanidade, pois o Seu Reino está sendo anunciado, porém, sem ser ainda visível. Foi essa a maneira única que Deus encontrou para nos dar a chance preciosa de entrar em seu Reino: ouvindo sobre ele, mas sem vê-lo, onde podemos ter ciência da existência dele (apenas) através da anunciação da mensagem de salvação pela fé em Jesus Cristo.

Quem crer na mensagem do evangelho e perseverar em se adequar à justiça de Deus revelada e ensinada por Cristo, sem, no entanto, estar vendo o Reino, está justificado (Leia 2Pedro capitulo 3). Nosso Criador não quer nos condenar, mas deseja que possamos desfrutar da realidade plena de seu Reino para sempre.

A expulsão do homem do Reino (Jardim do Éden), o juízo do Dilúvio (que destruiu todos os seres humanos na época, menos Noé e sua família) e a retirada do Reino de Deus da terra aconteceu exatamente por esta causa: a humanidade VIA o Reino e CONHECIA-O plenamente, no entanto, a maldade dentro de si os impedia de serem justos, ou seja, o conhecimento do bem e do mal dentro de si os impedia de agirem somente conforme os preceitos da legislação que opera nesse reino, QUE JÁ ERAM MUITO BEM CONHECIDOS POR TODOS.

Quando o ser humano tem a maldade dentro de si, e sabendo a verdade plenamente escolhe rejeitá-la, se torna hostil a si mesmo e ao seu próximo - esta era a realidade que a humanidade vivia até antes do juízo do Dilúvio (Gênesis 6:11); além disso, o ser humano que é completamente ciente da verdade e escolhe descumprí-la voluntariamente, entra em contenda perpétua com o Espirito de Deus (e passa a blasfemar contra Ele!), tornando-se seu inimigo (Gênesis 6:3, Romanos 8:18-32), por transgredir continuamente as bases legais pelas quais ele mesmo foi criado junto a todo o universo (Hebreus 10:26-39).

Missionária Oriana Costa.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

O que sai da boca do homem é o que torna-o impuro.

Para entendemos com clareza mais esta parábola de Jesus Cristo precisamos contextualizá-la, assim teremos ideia do que motivou o senhor a dizer tais palavras. Desta forma, aqui iremos observar o conteúdo que vai do versículo 34 do capítulo 14, ao versículo 20 do capítulo 15 do evangelho de Mateus.

No momento em que Cristo disse esta afirmação estava em Genesaré, local onde estava realizando muitos milagres de cura, e por isso estava cercado por uma grande multidão (Mateus 14:34-36). E, igualmente ao que acontecia em muitos outros locais de Israel por onde passava fazendo milagres e prodígios, Jesus também foi questionado pelos fariseus e mestres da lei daquele lugar.

Mas, desta vez, Ele não foi abordado pelos milagres que realizou ou demônios que provavelmente expulsou, mas porque seus discípulos estavam desonrando a TRADIÇÃO dos líderes religiosos "não lavando as mãos antes de comer" (Mateus 15:1,2).

Os fariseus e mestres da Lei tentaram persuadir Jesus a achar que Ele estava  desrespeitando regras dadas por Deus aos israelitas, e ensinando seus discípulos a fazerem o mesmo. No entanto, eles não conseguiram enganar Jesus, pois este sabia que a prática de lavar as mãos com água (sem sabão) antes de comer fora criada pelos fariseus, e que nada tinha a ver com os mandamentos que especificavam os rituais de purificação contidos na Torah.

Lembrando que higienizar as mãos antes de comer é uma prática correta, pois ela nos previne de adoecer com parasitoses e outros tipos de enfermidades. No entanto, no contexto que estamos estudando, a prática da lavagem das mãos com água antes de comer não estava sendo usada visando a manutenção da saúde, mas, sim, estava sendo usada como uma tradição ou ritual religioso.

Então, nessa passagem do Novo Testamento percebemos que, para aqueles homens religiosos, cumprir somente o que estava escrito na Lei mosaica era insuficiente. Na concepção deles era como se Deus tivesse esquecido algo e somente o cumprimento daquelas ordenanças não bastasse para purificar e guiar os indivíduos. E, por conseguinte, eles se aproveitavam da boa fé das pessoas e ensinavam nas sinagogas "novos costumes", como se fossem sagrados.

Sabendo dessa postura dos fariseus e mestres da lei, ao ser questionado por eles com relação ao descumprimento da tradição dos líderes, Jesus os confrontou com as seguintes palavras:

"Por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês? Pois Deus disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’ e ‘quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado’. Mas vocês afirmam que se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: ‘Qualquer ajuda que vocês poderiam receber de mim é uma oferta dedicada a Deus’, ele não é obrigado a ‘honrar seu pai’ dessa forma. Assim vocês anulam a palavra de Deus por causa da tradição de vocês." (Mateus 15:3-6)

Dizendo isso, Jesus lembrou aqueles homens que eles estavam descumprindo OS MANDAMENTOS DA LEI e ensinando os outros a fazerem o mesmo, ao criarem as novas regras deles. Portanto, aqueles religiosos estavam sendo hipócritas, pois chamaram a atenção de Jesus por não honrar a tradição deles, enquanto eles mesmos estavam desonrando a Deus ao desconsiderarem as suas ordenanças (cujo objetivo era lembrar e manter o povo de Israel preparado para a vinda de seu Justificador, o Messias!).

A realidade era que os fariseus e mestres da Lei estavam totalmente alheios aos reais objetivos dos mandamentos dados por Deus ao povo de Israel, apesar de os saberem decor, e por esse motivo os transgrediam. E por mais que Cristo explicasse a eles onde estavam falhando, eles não queriam ouvir e entender, pois achando-se muito sábios e ignorando a motivação real da obediência às ordenanças da Lei mosaica, estavam com os corações endurecidos, cheios de soberba e bem afastados de Deus.

Por esse motivo, Jesus falou o seguinte sobre eles:

"Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." (Mateus 15:7-9)

"Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada. Deixai-os; são cegos condutores de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova." (Mateus 15:13,14)

Agora, vai aqui um alerta: essa situação descrita nos parágrafos anteriores está acontecendo da mesma maneira hoje, no meio cristão. Muitas pessoas tem sido enganadas por ensinos sutis (que o Apóstolo Paulo chama de doutrinas de demônios em sua primeira carta a Timóteo) provenientes de líderes e pregadores influentes que não enxergam ou não buscam entender o Reino de Deus através das escrituras.

Tais informações emitidas à igreja por essas pessoas famosas, na verdade, vão além daquelas passadas à igreja por Cristo ou simplesmente negam algumas partes do ensino de Cristo, fazendo com que os indivíduos que as recebem deixem de usufruir do fardo leve e do jugo suave da Justiça de Deus para se encherem de condenação e até de muitas dúvidas, ao honrarem preceitos criados por homens sem, no entanto, discernirem o que realmente estão fazendo.

Então, infelizmente, certas doutrinas que parecem vindas de Deus, na verdade estão fazendo as pessoas que alicerçam sua fé nelas pecarem contra o Criador, e atraírem para si o juízo previamente decretado por Ele sobre a operação da maldade, e que está devidamente exposto nas escrituras.

É muito importante que as pessoas que creram em Jesus pela anunciação da mensagem do evangelho entendam que o objetivo do ensino de Cristo para nós é nos tornar cientes do que é a maldade, sabendo onde ela está agindo e como discerní-la; dessa forma, teremos plenas condições de rejeitá-la e bloquear sua ação. Portanto, entender os princípios da Justiça de Deus através do ensino de Cristo e praticá-los é a única forma de andarmos neste mundo mal como verdadeiros filhos de Deus, e somente assim é que conseguimos anunciar o Seu Reino ao mundo com precisão, assim como o próprio Cristo o fez.

Retomando o raciocínio do nosso texto, logo após Cristo ter confrontado os fariseus, Ele pegou o gancho naquilo que tinha ouvido deles e se voltou para a multidão, ensinando às pessoas a seguinte parábola:

"E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem." (Mateus 15:10,11)

Depois disso, conversando com o Senhor, seus discípulos lhe pediram que explicasse o significado daquelas palavras, ao que o Rei Jesus lhes disse:

"Até vós mesmos estais ainda sem entender? Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado fora? Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem." (Mateus 15:16-20)

Então, aqui o Rei Jesus nos mostra a diferença entre a realidade espiritual e a material, as quais nós, seres humanos, experimentamos diariamente e ao mesmo tempo: na material, os seres humanos se alimentam pela boca, depois os alimentos são processados pelo organismo e, em seguida, seus restos são lançados fora; na espiritual, os homens alimentam-se uns aos outros pelo conhecimento que sai de suas bocas, vindos de seus corações.

É importante lembrar que todo o conhecimento que recebemos, após entrar em nossas mentes especialmente por nossos olhos e ouvidos, desce aos nossos corações e passa a influenciar nossos pensamentos, sentimentos, os quais irão direcionar nossas ações.

Desta forma, se não renovarmos nossos entendimentos com o conhecimento da Justiça de Deus a fim de praticá-los, é o conhecimento da maldade, que já vem entrando sutilmente em nossos corações desde a nossa infância proveniente das circunstâncias do mundo, que vai influenciar nossos pensamentos e nossos desejos, pervertendo-os da verdade, e são estes que infelizmente vão embasar nossas ações.

Então, diante dessas duas realidades, o Senhor Jesus sempre dá ênfase à realidade espiritual, e com toda a razão: pois o homem foi criado a partir dela, e é a partir dela que ele é recompensado por viver de forma justa,  ou recebe juízo por seus atos injustos. Portanto, espiritualmente, o que contamina os homens é o conhecimento da maldade que sai de suas bocas proveniente de seus corações.

Agora, depois de estudarmos o contexto do trecho bíblico que estamos focando, podemos entender o que estava acontecendo com os israelitas naquele momento do ministério de Jesus Cristo e porque Ele falou mais esta parábola: a maioria do povo estava sendo fortemente influenciada pelos fariseus e mestres da Lei nas sinagogas; aqueles líderes estavam contaminando as pessoas, alimentando-as espiritualmente com um conhecimento que aparentemente era bom, mas que fazia os indivíduos desobedeceram a Deus sem se darem conta.

Missionária Oriana Costa.




sexta-feira, 5 de junho de 2020

Em sua própria casa é que um profeta não tem honra.

Este trecho do evangelho é bem conhecido; ele é usado por muitos pregadores e indivíduos com chamado profético para justificar o fato de não serem levados em consideração ou não valorizados nos locais onde congregam ou em suas próprias famílias.

De fato, com estas palavras, Jesus estava dizendo que naquele momento de seu ministério Ele não estava sendo levado em consideração em sua própria cidade, apesar da sabedoria que demonstrava ter e dos sinais miraculosos que eram realizados por Ele.

No entanto, não foi só em Carfanaum, a cidade onde Jesus residia, que isso aconteceu; em alguns outros locais de Israel por onde Ele passou anunciando o Seu Reino as pessoas também não acreditaram nele, como aconteceu nas cidades de Corazim e Betsaida.

E como já sabemos, ao final do capítulo 12 desse mesmo evangelho vemos que naquele tempo a própria familia de Jesus também não cria nele, porque ainda não conseguia enxergar quem Ele era. (Clique aqui para entender a reação da família de Jesus)

Porém, tal comportamento das pessoas já era esperado, visto que foi profetizado muito antes do Cristo ser enviado como é que as coisas aconteceriam quando Ele se manifestasse ao povo de Israel:

Ele disse: Vá, e diga a este povo: Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam. Torne insensível o coração desse povo; torne surdos os ouvidos dele e feche os seus olhos. Que eles não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos, e não entendam com o coração, para que não se convertam e sejam curados. (Isaías 6:9,10)

Como podemos observar, ainda no capítulo 13 do evangelho de Mateus o Rei Jesus faz menção desse trecho de Isaías, nos versículos 14 e 15, após ensinar ao povo sobre o Reino de Deus com a parábola do semeador.

Portanto, apesar de ter afirmado que um profeta não é honrado em sua terra e em sua casa, por não ter sido considerado, o Rei Jesus não estava frustrado com a situação. De fato, com essas palavras Ele estava fazendo alusão ao que o povo de Israel já havia feito aos homens que Deus tinha levantado para admoestar aquela nação no passado.

O Cristo não buscava reconhecimento de ninguém pelo seu trabalho, pois já estava ciente do que aconteceria. Mesmo não sendo aceito ou compreendido pela maioria, Ele sabia que deveria prosseguir com sua missão até o fim, sem se deixar levar pela rejeição que sofria, e foi exatamente isso que Ele fez. Ele prosseguiu olhando para o Pai para mostrar a todos que Deus realmente nos ama e não deseja a nossa destruição.

O que estava acontecendo ali é que a maioria das pessoas reagia com incredulidade porquê ao invés de prestarem atenção no que Jesus ensinava e nos milagres extraordinários que realizava, estava olhando para a sua aparência física, filiação e status social, tentando compreender como um homem aparentemente comum daquela região poderia ser tão sábio e ser tão cheio do poder de Deus.

O trecho a seguir mostra a reação das pessoas em Carfanaum ao presenciarem a manifestação do Messias diante delas:

Chegando à sua cidade, começou a ensinar o povo na sinagoga. Todos ficaram admirados e perguntavam: "De onde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão conosco todas as suas irmãs? De onde, pois, ele obteve todas essas coisas? - E ficavam escandalizados por causa dele. (Mateus 13:54-56)

É interessante notar que especialmente os milagres que eram operados por Jesus Cristo não podiam de forma alguma serem de procedência maligna, como alguns fariseus diziam movidos por inveja. Só o Criador de todas as coisas poderia fazer acontecer as coisas fantásticas que o povo estava presenciando pela vida do Rei Jesus.

Mas, a maioria daqueles indivíduos não conseguiu discernir o que via, por estar entregue a uma insensibilidade espiritual advinda de ensinamentos falsos que entraram em seus corações e obscureceram seus entendimentos; tradições mundanas foram ensinadas ao povo misturadas com as escrituras ao longo dos anos, como se as escrituras não fossem suficientes para dar entendimento correto, como é o caso do que ocorria no farisaísmo.

E sabemos disso pelas vezes que Jesus confrontou os fariseus, apontando-lhes as heresias que estavam cometendo, como vemos no trecho a seguir:

Alguns fariseus e mestres da lei, vindos de Jerusalém, foram a Jesus e perguntaram:
Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois não lavam as mãos antes de comer! - Respondeu Jesus: E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês? Pois Deus disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’ e ‘quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado’. Mas vocês afirmam que se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: ‘Qualquer ajuda que vocês poderiam receber de mim é uma oferta dedicada a Deus’, ele não é obrigado a ‘honrar seu pai’ dessa forma. Assim vocês anulam a palavra de Deus por causa da tradição de vocês. Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
(Mateus 15:1-8)

Esses conhecimentos falsos fizeram com que os israelitas ficassem esperando um messias com uma aparência de rei conforme o mundo, sem atentarem para certos detalhes das escrituras que especificavam sobre como realmente o Cristo seria enviado por Deus e como Ele se manifestaria ao povo. Então, a vinda do Messias e todas as suas realizações aconteceram exatamente como está escrito, mas, a maioria dos judeus, apesar de conhecerem as escrituras, não conseguiu discernir o cumprimento delas diante deles.

Por estar enganada com ensinos falsos e não conseguir ligar o conhecimento que tinha das escrituras com as informações que estavam recebendo naquele momento por Jesus, grande parte do povo de Israel não enxergou que o Reino de Deus, na verdade, não tem origem no mundo material que conhecemos, e que é uma realidade espiritual perfeita e muito mais alta do que aquela que conhecemos neste mundo.

Missionária Oriana Costa.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

O que é pior?


"Agora vou para ti, mas digo estas coisas enquanto ainda estou no mundo, para que eles tenham a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou. Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." (João 17:13-17)

O mundo vai de mal a pior. E prossegue colhendo todo o mal que semeou ao longo do tempo; contudo, não consegue enxergar isso. Pessoas estão morrendo rapidamente vítimas da Covid-19, e muitos dos habitantes da terra acham que a culpa dessas mortes é dos seus governantes, e pensam que seus governantes tem poder para impedir essa trágica situação e não estão fazendo tudo o que podem. É uma pena que estejam tão cegos pelo desespero.

O medo da morte ocasionada pela Covid-19 se espalhou pelo mundo como se antes desse mal as pessoas fossem imortais. Alguns estão falando que é inadmissível que alguém possa falecer vitimado por essa enfermidade. Mas, são pensamentos equivocados, movidos pela aparência da situação.

Até antes do Coronavírus aparecer, pessoas morriam todos os dias no mundo inteiro pelas mais diversas causas, e parece que de repente o mundo esqueceu disso. Agora só se morre de Covid, e isto tem que ser evitado a todo o custo.

Tenho uma notícia para dar, apesar de que eu acho que no fundo de seus corações as pessoas já sabem: os seres humanos vão continuar morrendo na terra, seja por causa desse novo vírus seja por quaisquer outras causas. Não há como impedir isso, por mais que se pesquise, por mais que os cientistas e estudiosos lutem desesperados tentando encontrar uma solução. 

E as vacinas? Não é um grande avanço da ciência? Se alguém acha que vacinas tornam as pessoas imortais, está precisando refrescar a memória. Tudo o que as vacinas contra Covid-19 podem fazer é impedir que a maioria dos indivíduos adoeçam gravemente dessa enfermidade, mas elas não impedem as pessoas de se contaminarem com o coronavírus e nem tornam as pessoas imunes à morte.

Mas, as filas de pessoas para serem vacinadas agora, quando o precioso líquido para tornar as populações imunes ao corona for liberado, vão dar a volta na terra. Vai ser um Deus nos acuda! Vai ter briga pelos primeiros lugares nessas filas. De fato, os países já estão brigando entre si para conseguirem os primeiros lotes de vacinas.

No entanto, depois de tudo, as pessoas vão continuar morrendo de outras causas, como sempre foi. A verdade é que ser humano nenhum deseja a morte, mas não tem poder algum para detê-la e está obrigado a passar por ela. 

O que ninguém consegue enxergar é que quando chega a hora de uma pessoa deixar esse mundo ela vai deixar, seja por um motivo ou por outro, mais cedo ou mais tarde. Bom seria que ninguém morresse, mas não é assim que as coisas funcionam com a maldade operando na terra.

O Coronavírus e os outros males terríveis que virão após ele só vão aumentando a lista de causas de morte, que JÁ EXISTE. Muitas UTIs e hospitais ao redor do mundo já trabalhavam sobrecarregados com tantos males acometendo os indivíduos antes de mais essa pandemia, como acontece aqui no Brasil, o país onde tenho vivido desde que nasci.

Agora, diante dessa calamidade, as autoridades estão tentando impedir a ação de um "inimigo invisível" com um sistema de saúde que já não conseguia dar jeito em muitos outros males, e que já trabalhava sobrecarregado; movidos pelo desespero e sem saber como lidar com isso, os governos  do mundo inteiro impedem as pessoas de saírem de casa para "atenuar a curva de propagação do vírus", e então pessoas são demitidas de seus empregos e muitos comércios fecham suas portas.

Em consequência dessa atitude, uma nova má situação se levanta: a crise financeira mundial. Então o que é pior? Uma grande discussão se levantou: O pior é adoecer e/ou morrer de Covid-19? O pior é não poder trabalhar, não ter dinheiro para pagar as contas, e não ter como pagar pelas necessidades básicas da família? - A verdade é que as duas situações são equivalentes. Nenhuma é pior que a outra. Ambas são muito ruins, fazem as pessoas sofrerem muito e matam.

Se olharmos para a crise financeira, em particular, veremos que ela traz consigo não só o aumento da pobreza, mas traz também o aumento da violência somado à perturbação mental. Se a violência doméstica aumentou devido à ocasião da quarentena, ela também aumenta onde há pobreza e pessoas perturbadas, impacientes, indignadas. E violência traz o quê? Morte!

Realmente é triste ver essa situação desoladora em que o mundo se encontra, mas é uma colheita que não vai parar. Quando o mundo pensar em respirar aliviado por ter conseguido dominar o Coronavírus, outras calamidades acontecerão, pois a "colheita" realmente não vai parar, e sabemos disso pelo que diz a palavra de Deus sobre o que acontecerá no tempo que antecede a volta de Jesus.

Quem não estiver com sua vida alicerçada na verdade vai se perder no medo, na confusão, no desespero, esperando salvação no lugar errado, sem ter para onde fugir. Sinto muito, mas a situação para o mundo sempre foi esta: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". 

O mundo nunca teve nem terá paz de verdade, pois ele está afundando em maldade. Se alguém deseja saber a verdade e desfrutar de paz verdadeira no meio do caos, só há um caminho: entrar no Reino de Deus pela fé em Jesus Cristo.

Missionária Oriana Costa.




sexta-feira, 22 de maio de 2020

A parábola do mestre da Lei instruído sobre o Reino

Esta é mais uma das parábolas de Jesus, e que pouco é citada em textos de estudos bíblicos ou mencionada em pregações.

E nela Jesus Cristo passa uma informação importante sobre a diferenciação entre os mandamentos da Lei de Moisés e os mandamentos do Reino de Deus.

Ele inicia a parábola falando de "um mestre da Lei", que nos tempos de Jesus era um judeu que era profundamente instruído na Torah, e, especialmente, dominava o conhecimento da Lei de Moisés, que embasava a aliança que Deus tinha feito com o povo de Israel após este ter sido liberto da escravidão no Egito (Antiga aliança).

Portanto, um mestre da Lei que compreendesse o Reino de Deus saberia que os mandamentos da Lei dada a Moisés não eram os mesmos que regiam o Reino dos céus, e que estes eram anteriores e muito superiores aos da Lei. É por isso que, nessa parábola, Jesus chama os mandamentos da Lei mosaica de "coisas velhas", e os mandamentos ou princípios do Reino de Deus de "coisas novas".

E o tesouro do qual as coisas novas e velhas são retiradas representa o coração do sujeito, pois, assim como os judeus que amavam a Deus aprendiam a Lei mosaica e se esforçavam para cumprí-la, quem entende a mensagem do Reino guarda em seu coração os seus princípios e busca praticá-los, assim priorizando a Justiça de Deus revelada por Cristo.

Naquele momento em que Jesus ensinava os princípios de seu reino aos seus discípulos, os judeus ignoravam a existência desse lugar, pois na Torah ele não é citado claramente. Alguns livros do Antigo Testamento, como o livro de Gênesis e os livros dos profetas Isaías, Ezequiel e Joel, se referem ao Reino de Deus como "Jardim do Éden" ou "Jardim do Senhor".

Dessa forma, apesar do Reino dos céus existir muito antes do homem ser criado, saber sobre ele era realmente uma novidade para aquelas pessoas, pois o nosso Criador o retirou da terra durante o dilúvio, ocultando-o de todos os seres humanos a fim de dar prosseguimento ao plano de salvação.

E hoje, toda vez que o Reino é anunciado e compreendido também é uma grande novidade para muitos, mesmo para alguns indivíduos que são adeptos do cristianismo há muito tempo, visto que tal lugar só pode ser entendido se for buscado de todo o coração quando se medita na palavra de Deus.

Missionária Oriana Costa.

sábado, 16 de maio de 2020

A parábola da rede lançada ao mar.


Desde que o Reino de Deus começou a ser anunciado abertamente, a partir do trabalho de Jesus Cristo, o número de pessoas que fazem parte da igreja cristã na terra prossegue aumentando com o passar do tempo. 

Hoje, observamos milhares de denominações cristãs espalhadas pelo planeta; o evangelho chegou a praticamente todas as nações, ainda que com muita perseguição, e em muitas delas mais de 50% da população se declara cristã.

No entanto, nem todo aquele que se diz adepto de uma religião cristã é realmente um cidadão do Reino de Deus. São verdadeiras cidadãs do Reino de Deus todas as pessoas que nasceram dentro dele pela fé em Jesus Cristo, e isso só pode ser discernido espiritualmente, através do conhecimento da Justiça de Deus que está revelado no ensino de Cristo. Pela aparência é impossível saber quem é ou quem não é um verdadeiro cristão.

Um indivíduo que está de fato sujeito ao governo do Rei Jesus Cristo discerne claramente e rejeita a operação da maldade, pois entende os princípios da Justiça de Deus revelados por Cristo em seu ensino. Mas, pessoas que não se sujeitam ao governo de Cristo, no entanto, podem ser confundidas com verdadeiros cristãos, pois suas ações embasadas pelas doutrinas religiosas encobrem suas reais situações espirituais.

Doutrinas religiosas são uma mescla dos valores do Reino de Deus com valores mundanos ou pagãos. Apesar da boa aparência que apresentam, essas doutrinas pervertem a Justiça de Deus e desviam as pessoas da verdade espiritual. Por isso, pessoas que embasam sua fé totalmente nesses conhecimentos ainda não entenderam a mensagem do evangelho e, portanto, ainda não receberam a justificação de suas transgressões diante do Criador; e isso significa que não podem ser consideradas cidadãs do Reino de Deus ou filhas de Deus.

Na parábola da rede lançada ao mar, portanto, entendemos que o mar são as nações da terra, e os peixes variados que nela estão representam os verdadeiros e os falsos cristãos. Quando a rede enche, é o momento que antecede a segunda vinda de Cristo, onde todas as nações da terra já conhecem o evangelho e o mundo já não dá mais espaço para que ele seja anunciado; assim, segue-se o juízo de todos os seres humanos.

O momento em que os pescadores puxam a rede para a praia e separam os peixes bons dos ruins é aquele onde Cristo reaparece na sua segunda vinda, mostrando-se a todos, e os que realmente se sujeitam ao seu governo são separados daqueles que não se sujeitam a Ele.

Assim acontecerá no fim desta era. Os anjos virão, separarão os perversos dos justos e lançarão aqueles na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.
(Mateus 13:49,50)

Nessa ocasião todas as pessoas do mundo ressuscitarão, pois Jesus Cristo homem (o filho do homem) foi ressuscitado pelo Pai, dando a todos os seres humanos o direito à ressurreição e imortalidade; porém, após esse processo, os verdadeiros cidadãos do Reino se juntarão ao Rei Jesus para sempre, ao passo que os falsos serão julgados e conduzidos a um local, que nesta parábola Cristo chama de "fornalha ardente", onde ali estarão condenados a permanecer separados do Criador perpetuamente.

Nesse lugar haverá um sofrimento que não terá fim, pois pessoas ressurretas são imortais, e isso significa que vão sentir a ânsia da destruição em si mesmas eternamente, pois não vão parar de existir ou funcionar como acontece com a matéria física.

Missionária Oriana Costa.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Não há nada novo debaixo do sol.

Este trecho de Eclesiastes, um dos livros do Antigo Testamento, é muito interessante por nos levar a pensar sobre algo que geralmente não pensamos: a nossa verdadeira realidade.

O fechamento do raciocínio do trecho bíblico que está na imagem que abre o nosso texto se dá com as seguintes palavras:

Haverá algo de que se possa dizer: "Veja! Isto é novo! "? Não! Já existiu há muito tempo; bem antes da nossa época. Ninguém se lembra dos que viveram na antigüidade, e aqueles que ainda virão tampouco serão lembrados pelos que vierem depois deles.

(Rei Salomão, Eclesiastes 1:10,11)

Então, prosseguindo com a leitura de Eclesiastes, observamos o Rei Salomão explicar que não há nada que possamos dizer que é novidade na face da terra, porque elas estão sempre se repetindo.

Antes da maldade entrar no coração do homem, porém, a situação não era essa. Quando foi criado por Deus, o homem tinha acesso a todo o conhecimento espiritual acoplado ao material proveniente do seu Criador, e esse conhecimento é infinito. Ele vem trazendo sempre algo novo, agradável e útil para o homem. E Deus não compartilhava tudo de uma vez, pois assim o homem ficaria confuso, e não teria condições de compreender e também utilizar todas as informações de uma forma que lhe fosse saudável.

O conhecimento de Deus era diariamente entregue por Ele mesmo à humanidade, de forma gradual e progressiva, e assim todas as pessoas iam crescendo e amadurecendo em todas as áreas de suas vidas sem sofrimentos desnecessários, sem experimentarem sobrecarga de trabalho ou dúvidas que não fossem retiradas, sem experimentarem angústias de quaisquer natureza. Eles não precisavam sofrer para solucionarem situações, pois tinham acesso a todo conhecimento necessário direto DA FONTE!

No momento em que o homem escolheu viver independente de Seu Criador e se separou dEle, saindo do Reino de Deus, ele começou a resolver as situações conforme os desejos advindos da influência da maldade dentro de si, e não se interessava mais em acessar o Criador, ainda que este tentasse convencê-lo de que suas decisões iam lhe trazer sérias consequências, pois estavam desconectadas dos preceitos de Seu Reino, e, portanto, estavam indo de encontro a eles. 

O grande problema de agirmos conforme nossas paixões, ou segundo o que as aparências das coisas nos sugerem, é que isso provém da influência da maldade que se encontra naturalmente dentro de nós, e a qual o nosso Criador odeia. E Deus não pode tolerar a maldade, pois, toda vez que os seres humanos agem de acordo com o mal, estão sendo contrários aos princípios do Reino de Deus, e também estão agindo contra si mesmos, visto que todas as coisas foram criadas através desses princípios, e isso inclui o próprio homem.

O que Adão e Eva talvez não tivessem ideia, ou simplesmente não lembraram, quando se deixaram persuadir pelo Diabo, é que o conhecimento material sem estar associado ao espiritual fica sem sentido, e se torna finito, pois todo o universo material veio da realidade espiritual. Sem estar associado ao conhecimento espiritual, o conhecimento do mundo fica sem mais novidades, sem que haja mais nada a se acrescentar, de maneira que tudo acaba se tornando uma grande repetição que o homem sozinho, sem a participação de Deus, não tem o poder de modificar. 

Estudando o conteúdo da Bíblia e comparando com tudo o que acontece no mundo, percebemos que todas as coisas tem começo e fim; e depois que chegam ao estágio final inicia-se um novo começo da mesma coisa, que pode acontecer exatamente da mesma maneira ou com alguma variação na aparência, mantendo porém a mesma essência.

O homem não tem capacidade de acessar todas informações desde a sua criação sem a ajuda de Deus, e estando separado dEle, fica limitado e não tem condições de saber de tudo o que aconteceu no passado; assim, suas experiências no mundo acabam ficando sem nenhum sentido, dando a impressão de que as coisas parecem estar acontecendo aleatoriamente, se apenas as conclusões acerca do que acontece conosco e ao nosso redor estão sendo tiradas a partir da aparência material. 

Contudo, pelas escrituras bíblicas, sabemos que todas as coisas em nosso mundo e no universo estão embasadas por leis que não foram criadas pelo homem e as quais ele também não pode mudar, e que determinam os tempos e maneiras de cada coisa acontecer na natureza e também nas vidas das pessoas:

Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz. O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço? Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens. Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.

(Rei Salomão, Eclesiastes 3:1-11)

Quando os historiadores e arqueólogos descobrem, em suas pesquisas de civilizações passadas, algumas coisas parecidas com as que temos hoje, só estão confirmando o que o Rei Salomão falou há quase três mil anos atrás. Pois é, nunca o homem esteve à frente de seu tempo, como algumas pessoas pensam.

Então, desde o princípio da criação, além de ter lhe dado toda a terra para dominar, Deus deu ao homem todo o tipo de bom conhecimento para que ele se desenvolvesse de maneira adequada, e a humanidade usufruía de tudo. Lendo as escrituras bíblicas, especialmente o livro de Gênesis, dá para se ter uma noção disso. E esse foi o fardo "tão pesado" que Deus impôs aos homens: Ele fez tudo apropriado a seu tempo, fez tudo organizado, para que o homem pudesse aproveitar bem tudo o que foi criado.

Não temos como saber exatamente como funcionavam todas as coisas na antiguidade, porque muitas informações se perderam com o tempo e infelizmente não há como restaurá-las. E se por causa da maldade no coração dos homens houveram guerras e muitas outras catástrofes que apagaram os registros e grandes feitos das pessoas, paciência. Isso acontece. Mas, graças ao conteúdo das escrituras bíblicas, sabemos que as coisas somente se repetem com uma roupagem nova.

E tem uma outra informação que preciso passar: por causa da maldade que vem crescendo nos corações dos homens, aquilo que os indivíduos tem chamado de "avanço tecnológico e científico" na verdade é só uma adaptação a diminuição gradual da suas força física e expectativa de vida.

Se hoje temos muitos medicamentos à disposição, que não haviam há séculos atrás, por exemplo, não é porque o homem está mais inteligente, e sim porque ele está mais doente, mais frágil. A operação da maldade (clique aqui para entender melhor sobre o que é a maldade, segundo a Justiça de Deus) faz com que os seres humanos fiquem mais fracos física e emocionalmente com o passar do tempo, e isso, por sua vez, faz com que busquem estabilizar as novas situações pesquisando maneiras de dominá-las, na medida do possível, para continuarem vivendo mais tempo com alguma qualidade de vida. 

Mas, a fraqueza e debilidade do homem continuam avançando, à medida que a maldade ganha terreno em sua vida, e essa situação as pessoas não poderão jamais enxergar e vencer sem a ajuda de seu Criador. Há no coração do homem "um anseio pela eternidade" que ele não entende, por interpretar as coisas apenas pelo que vê acontecer ao seu redor. As pessoas querem viver para sempre, e vem tentando driblar o envelhecimento e a morte com suas próprias forças, sem sucesso: pois o homem, sem a ajuda de Deus, só pode interferir na aparência, mas não pode parar o tempo, não pode impedir a ação da maldade nem se livrar da morte.

Para se ter uma noção do que falo aqui, vamos imaginar o seguinte: O que aconteceria se fizermos o mundo voltar a ser como era há 300 anos atrás, retirando da terra todos os medicamentos e máquinas usadas para ajudarem as pessoas a vencerem enfermidades e debilidades físicas diversas? - A resposta é que quase toda a população do mundo morreria em poucos meses, e muitos bebês nem conseguiriam nascer vivos, pois, no século XXI, pouquíssimas pessoas em nosso planeta conseguem viver bem ou mesmo sobreviver sem ajuda de medicamentos e/ou intervenções médicas, ainda na infância ou juventude; e, para alguns indivíduos, essa situação se inicia antes mesmo do próprio nascimento e depois se continua por toda a vida.

Já pensou sobre isso? Pois essa é a nossa real situação: espiritualmente, ela é a mesma desde o momento em que o primeiro homem escolheu ficar independente de seu Criador! Até agora a maioria dos seres humanos só prossegue sucumbindo à ação do mal, como mostra a palavra de Deus, sem o discernimento da raiz de seus problemas. 

Essa é uma circunstância infeliz que vem se desenrolando há séculos sempre encoberta por uma "aparência de evolução", mas, que, no entanto, unicamente pela verdade revelada nas escrituras, se torna aparente para nós. E o conteúdo da Bíblia não é somente capaz de nos revelar a verdadeira realidade que vivemos no mundo, mas também nos fornece informações que nos capacitam a dominar essa realidade má, até a volta do Senhor Jesus Cristo, onde ela será completamente aniquilada.

Missionária Oriana Costa.



segunda-feira, 11 de maio de 2020

A parábola da pérola de grande valor.

Nesta parábola, Jesus fala de uma certa pérola de grande valor que foi encontrada por um negociante que PROCURA pérolas preciosas.

Eis aí a primeira lição dessa parábola: o Reino de Deus tem que ser buscado, procurado, desejado. Quem não DESEJA achar esse reino ao meditar na palavra de Deus jamais o discernirá, apesar de estar disponível e acessível a todos pelo conhecimento das escrituras bíblicas.

O Rei Jesus nos ensina que devemos buscar EM PRIMEIRO LUGAR o Reino de Deus e a sua justiça (Leia Mateus 6:24-33); e Ele enfatiza isso porque a realidade de Seu Reino é infinitas vezes superior a nossa realidade material, e nos atende perfeitamente em todas as nossas necessidades, sejam espirituais como também fisicas.

Então, Cristo, nesse ensino, compara o Reino de Deus a um negociante que procura pérolas preciosas, porque as pérolas são objetos difíceis de serem achados na natureza; elas ficam escondidas embaixo d'água dentro de um molusco específico, que é a ostra. Geralmente, pérolas naturais (não cultivadas) são encontradas dentro de algumas ostras (não em todas!), e que não são fáceis de abrir; e para se conseguir uma ostra é preciso mergulhar em locais de água doce ou salgada que não são rasos. Então, um certo trabalho de busca é preciso ser feito até que uma pérola natural possa ser finalmente achada.

Assim sendo, a segunda lição que tiramos dessa parábola é que o Reino de Deus, assim como as pérolas ficam escondidas dentro das ostras que estão depositadas nos leitos dos mananciais, está ocultado do mundo dentro da palavra de Deus. Mas, assim como as pérolas aguardam para serem encontradas, o reino também aguarda para ser achado por quem o buscar.

A terceira lição que podemos tirar dessa parábola é naquilo que o negociante fez após ter achado a pérola de grande valor: ELE VENDEU TUDO O QUE TINHA, para poder comprar aquela pérola diferente. No entanto, sabemos que um colecionador não se livra de todos os objetos de sua coleção para ficar apenas com um só. Mas, por que Jesus disse isso?

Esse ato, se não for bem compreendido, pode gerar uma grande confusão. Não podemos esquecer que, nas parábolas, Cristo explica coisas espirituais através de situações que acontecem em nosso mundo.

Quem realmente encontra o Reino de Deus nas escrituras bíblicas encontrou a coisa mais valiosa que possa existir, pois todo o nosso universo material com tudo o que há nele foi criado a partir dos princípios desse lugar, que é a Justiça de Deus. Logo, alguém que adquire o discernimento do reino procurará entendê-lo, e aí se dará conta de que seus princípios são contrários aos do mundo em que vivemos.

No mundo há um conhecimento operando todo o tempo, que é feito da perversão da sabedoria de Deus: assim, muitas vezes ele tem boa aparência e provoca boas sensações, mas seu fim é manter as pessoas afastadas de seu Criador, conduzindo-as à morte para sempre. Esse conhecimento é chamado de maldade. Trocando em miúdos, ele é a mistura do bem com o mal, portanto é extremamente enganoso, e só pode ser discernido claramente quando comparado ao conhecimento da Justiça de Deus, que é totalmente puro e bom.

Dessa forma, quem entende essa verdade, se esforçará para aprender os princípios do Reino de Deus, mudando seus conceitos e sua forma de enxergar o mundo. Essa mudança de entendimento das coisas implicará também em mudança de atitude, fazendo com que o sujeito tenha capacidade de enxergar as coisas espirituais com clareza e rejeite a operação da maldade.

Quem discerne o Reino de Deus, portanto, vai agir de forma diferente das pessoas que não o enxergam, e essa maneira diferente de agir às mais diversas situações pode parecer uma grande loucura para quem não tem tal discernimento.

É por isso que o negociante, ao encontrar a pérola de grande valor, vendeu tudo o que tinha para adquirir aquela única preciosidade. Na verdade, isso quer dizer que o homem trocou sua antiga maneira de viver por uma nova, renovando seu entendimento com o conhecimento da Justiça de Deus e adequando sua vida a ele. 

Missionária Oriana Costa.