quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A parábola dos trabalhadores na vinha

Nessa parábola contada por Cristo, acontece uma situação interessante, onde um proprietário de uma vinha vai contratando pessoas ao longo do dia. Aos primeiros ele diz que pagará um denário pelo dia de trabalho, e aos demais ele diz que pagará o que for justo. 

Pois o Reino dos céus é como um proprietário que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha. Ele combinou pagar-lhes um denário pelo dia e mandou-os para a sua vinha. Por volta das noves hora da manhã, ele saiu e viu outros que estavam desocupados na praça, e lhes disse: ‘Vão também trabalhar na vinha, e eu lhes pagarei o que for justo’. E eles foram. Saindo outra vez, por volta do meio dia e das três horas da tarde e nona, fez a mesma coisa. Saindo por volta da cinco horas da tarde, encontrou ainda outros que estavam desocupados e lhes perguntou: ‘Por que vocês estiveram aqui desocupados o dia todo?’ ‘Porque ninguém nos contratou’, responderam eles. Ele lhes disse: ‘Vão vocês também trabalhar na vinha’" (Mateus 20:1-7)

Ora, o Senhor Jesus conta essa história para explicar o porquê de "muitos primeiros serem últimos e muitos últimos serem primeiros", frase que usou para finalizar o raciocínio de sua fala aos discípulos, no momento após a conversa com o jovem rico (Mateus 19:30).

O ponto principal dessa parábola é mostrar que parâmetros o nosso Criador irá usar como base para recompensar os que Ele chama para trabalhar na anunciação de Seu Reino. De acordo com o desenrolar da história, o Rei Jesus irá iniciar essa tarefa com os que foram chamados por último, ou seja, os que foram chamados próximos da sua segunda vinda:

Ao cair da tarde, o dono da vinha disse a seu administrador: ‘Chame os trabalhadores e pague-lhes o salário, começando com os últimos contratados e terminando nos primeiros’. Vieram os trabalhadores contratados por volta das cinco horas da tarde, e cada um recebeu um denário. Quando vieram os que tinham sido contratados primeiro, esperavam receber mais. Mas cada um deles também recebeu um denário. (Mateus 20:8-10)

Enquanto falava aos discípulos, antes de começar a contar essa parábola, o Mestre disse o seguinte:

Digo-lhes a verdade: Por ocasião da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do homem se assentar em seu trono glorioso, vocês que me seguiram também se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todos os que tiverem deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por minha causa, receberão cem vezes mais e herdarão a vida eterna. Contudo, muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos serão primeiros. (Mateus 19:28-30)

Assim sendo, o maior galardão oferecido no Reino de Deus para os que são chamados a anunciá-lo ao mundo é aquele prometido aos doze apóstolos, que iniciaram a Obra: se estabelecer para sempre ao lado do Rei Jesus para julgar todas as coisas, e isso também quer dizer que eles terão acesso às riquezas das quais o Senhor usufrui. 

Aos apóstolos (que eram israelitas) a promessa foi de que eles julgariam as doze tribos de Israel. Aos gentios, portanto, a promessa é similar, onde os eleitos irão julgar as pessoas de suas respectivas nações. Dessa maneira, a justiça de Deus, que se cumpre de acordo com o que de antemão foi estabelecido pelo Pai e não funciona baseada em aparências, será executada sem erro. Por isso, na parábola, a história se desenrola assim:

Quando o receberam, começaram a se queixar do proprietário da vinha, dizendo-lhe: ‘Estes homens contratados por último trabalharam apenas uma hora, e o senhor os igualou a nós, que suportamos o peso do trabalho e o calor do dia’. Mas ele respondeu a um deles: ‘Amigo, não estou sendo injusto com você. Você não concordou em trabalhar por um denário? Receba o que é seu e vá. Eu quero dar ao que foi contratado por último o mesmo que lhe dei. Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque sou generoso?’ Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos. (Mateus 20:11-16)

Agora, por que o Senhor irá começar recompensando os que foram chamados por último até chegar nos apóstolos? A resposta é que, quanto mais se passa o tempo, maior o grau de dificuldade de se professar a fé cristã, devido ao aumento da maldade sobre a face da Terra. A situação ficará num nível que será impossível a prática pública da fé genuína em todo o mundo.

O que já acontece hoje em determinados países, onde milhares de cristãos são perseguidos e muitos são assassinados por causa de sua fé, vai, aos poucos, se transformar na realidade de todo o planeta, à medida que se aproxima o dia da segunda volta de Jesus.

No entanto, essa circunstância que atingirá um ponto bem crítico para os cristãos em todo o mundo não durará muito, conforme predisse o Cristo, pois o Pai abreviará esse tempo:

Haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém sobreviveria; mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados. (Mateus 24:21,22)

Portanto, os que forem chamados no ápice da grande tribulação serão os primeiros a serem recompensados. Lembrando que essa recompensa é para os que atendem ao chamado feito pelo Pai para trabalhar na anunciação do Reino, assim como os Apóstolos fizeram, iniciando a igreja sobre a terra. Ele é justo, então quem não atende ao chamado não perde a salvação, porém fica de fora dessa lista de recompensa.

Obs.: O denário era a moeda romana que equivalia a 10 Asses (moeda israelita).


Texto: Miss. Oriana Costa

Edição: Pr. Wendell Costa

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