quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Religiosidade X arrependimento genuíno de pecados

Gostaria de falar um pouco sobre um assunto que é, ao meu ver, essencial para quem deseja seguir a Cristo verdadeiramente: o que é seguir a Cristo e o que não é.
  
Existe uma grande diferença entre como um verdadeiro seguidor de Cristo e um não seguidor se comportam. E esta diferença está determinada pela motivação: o primeiro é motivado a obedecer a Deus através do conhecimento e entendimento da Sua palavra, o segundo, pelo que vê, sente e deseja, e por suas vivências no mundo.

Existem ainda os pseudo-seguidores de Cristo, que são os religiosos. Estes, seguem o que as filosofias religiosas dizem e irão se comportar exatamente como não seguidores, porque a religiosidade os levará a tomarem decisões com base em aparências, sentimentos e desejos, e não no que Cristo diz. 

Uma pessoa que segue mesmo a Cristo vai procurar aprender o que Ele ensina para seguir, por causa de sua fé em Deus. A verdadeira fé em Deus sempre levará as pessoas a procurarem aprender o que Jesus ensina, trazendo a estes indivíduos o arrependimento sincero de suas transgressões diante do Pai. 

Este arrependimento obrigatoriamente tem de acontecer, pois, cada pequena parte do ensino do Senhor Jesus traz um confronto entre a realidade eterna e a realidade que vivemos neste mundo, e que são completamente diferentes uma da outra.

Se, ao ler e meditar na palavra de Deus, o sujeito não é levado a rever seus conceitos e não cai em si mesmo, para reconhecer seus erros e ser conduzido a mudar de atitude, para ser o mais parecido com Cristo quanto possível, é sinal de que não está buscando a Deus da forma correta, ou não está sendo ensinado corretamente.  

Então, é deste arrependimento genuíno de pecados que deve surgir a mudança no comportamento de um verdadeiro Cristão, e não de filosofias religiosas, como por exemplo, "agora você é crente, não pode mais vestir calças, fazer maquiagem, ou usar jóias (se for mulher)" ou "agora você é crente, não pode mais vestir bermudas, e tem que ir para a igreja de paletó (se for homem)". Frases como estas não estão fundamentadas no ensino de Cristo, e são apenas fruto de um sentimento de querer ordenar as coisas com base na aparência exterior.

Filosofias religiosas sempre vão apregoar e impor mudanças no exterior das pessoas juntamente ao exercício de sacrifícios que a princípio soam bem, fazem as pessoas se sentirem úteis e importantes, como também acharem que estão sendo aceitas por Deus; contudo, tais ensinamentos não estão levando ao arrependimento de pecados verdadeiro advindo da fé em Jesus Cristo, que é o item único e primordial pelo qual alguém entra no Reino de Deus, sendo então ouvido e considerado por Ele. 

A religiosidade, de fato, camufla as transgressões que temos diante de Deus e coloca mais pesos sobre o homem, que se somam aos pesos dos próprios pecados que ele mesmo já leva. Com o tempo, ela se torna enfadonha e difícil de suportar. Este é o motivo pelo qual tantas pessoas abandonam suas congregações e voltam a levar suas vidas como eram antes de decidirem "aceitar Jesus".  

Deus, ao contrário das religiões, não trabalha com imposições, mas, confronta as pessoas com a verdade infalível que está dentro do que Ele mesmo criou e decretou eternamente. Diante de um confronto sincero, se estivermos errados, com certeza seremos levados ao reconhecimento do erro e ao arrependimento. É assim que Ele nos faz enxergar como e onde estamos errando, de uma forma que a prática religiosa não pode fazer. E, ao contrário do que muitos pensam, estes confrontos duram por toda a nossa vida na terra, visto que "o espírito está pronto, mas, a carne é fraca" (Mateus 26:41). 

O arrependimento de pecados é, portanto, uma obra totalmente sobrenatural, sem interferência da inteligência humana. É muito comum existirem pessoas eloquentes, que dominam a letra, ou o conteúdo textual da Bíblia, mas, não permitem que Deus as confronte através deste conteúdo.

Elas preferem dizer o que sabem, tentando decorar, entender e ensinar as escrituras pela força do intelecto e do raciocínio natural, deixando de lado a realidade eterna que a palavra de Deus evoca tão fortemente. Tais pessoas precisam ser quebrantadas pelo Senhor para poderem dar espaço ao arrependimento de pecados, e, por fim, aceitarem o governo de Cristo sobre suas vidas sem opor resistência.

Muitas pessoas, ao aceitarem Jesus, o fazem de maneira verdadeira, crendo naquele que morreu na cruz para justificar a humanidade de suas transgressões, contudo, não são conduzidas a Cristo da forma correta por suas lideranças. O que ocorre é que tais pessoas são apresentadas à religiosidade e ensinadas a se comportar e tomar decisões através dela. Isso causa muitos transtornos, e leva cristãos todos os dias a esfriarem na fé. No entanto, isso não é desculpa para desacreditarmos em Deus, desanimarmos de ir à igreja ou deixarmos de busca-lo. 

Jesus Cristo não tem nada a ver com religiões e crenças humanas, apesar de ter nascido e sido criado no judaísmo; observando que a maneira como Ele se comportava com relação ao cumprimento da Lei era diferente em alguns aspectos, pois Ele veio revelar à humanidade quem realmente Deus é, e o que Ele deseja para todos nós: salvação.

Então, de fato, Ele não fundou nenhuma religião; na verdade, Ele veio para "anunciar a existência do Seu Reino", que é um LUGAR NA ETERNIDADE e não uma filosofia ou uma religião terrena, e, por conseguinte, anunciar que o Pai está perdoando a dívida que temos com Ele e está disposto a nos receber neste Reino mediante a fé em Seu Filho Jesus Cristo.

Existem diversas divisões de credo dentro do cristianismo (Católico Romano, Católico Ortodoxo, Evangélico Tradicional, Evangélico Contemporânea, etc.) que caracterizam o conjunto religioso cristão, e dentro desse conjunto está inserido uma parte do Corpo de Cristo na terra. Nessas religiões observamos as diversas maneiras de como as pessoas que não enxergam o Reino de Deus através das escrituras escolhem se comportar com relação ao que interpretam a partir do conteúdo do Antigo e Novo Testamento, e os acréscimos de conhecimentos que elas fazem ao evangelho.

Esses acréscimos podem se misturar de tal forma com o conhecimento da Justiça de Deus que, em certas congregações, chegam a encobrir a verdade que liberta advinda do ensino de Cristo; e isso é muito perigoso, tendo em vista que as pessoas acabam deixando de lado a justiça do Reino revelada através do que Cristo ensinou, para viverem de acordo com doutrinas humanas.

Então, o problema não está em termos uma religião, mas, sim, em não entendermos a Justiça de Deus revelada através do evangelho do Reino e assim nos comportarmos como religiosos, ao invés de agirmos como cidadãos do Reino de Deus.

Jesus Cristo é Deus, e veio até nós para nos revelar de uma vez por todas quem realmente Ele é. O Antigo Testamento da Bíblia nos aponta o pecado e como Deus o condena; já o Novo Testamento nos aponta o amor d'Ele por sua criação, o sacrifício que Ele fez para nos dar a chance de sermos redimidos dos nossos pecados, e como Ele está aberto a perdoar e receber os que de bom grado quiserem se aproximar. Quem quiser se reconciliar com Deus, deve fazê-lo pela fé em Cristo, de todo o coração, buscando conhecê-lo de fato. Só existe este caminho para chegarmos ao Pai.

Missionária Oriana Costa.  

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