segunda-feira, 28 de junho de 2021

A parábola das dez virgens - Mateus 25 - Parte 1


Após falar sobre os sinais dos tempos e o que aconteceria na iminência de seu retorno – no capítulo 24 do Evangelho de Mateus –, Cristo continua ensinando a seus discípulos sobre o "dia do juízo". Assim, o capítulo 25 de Mateus contém explicações do Senhor Jesus especialmente sobre o que acontecerá após o Seu retorno, no momento em que julgará as coisas relativas à Sua igreja e ao mundo.

Vamos começar analisando a primeira parte desse capítulo, que se inicia com a Parábola das Dez Virgens:

O Reino dos céus, pois, será semelhante a dez virgens que pegaram suas candeias e saíram para encontrar-se com o noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco eram prudentes. As insensatas pegaram suas candeias, mas não levaram óleo consigo. As prudentes, porém, levaram óleo em vasilhas juntamente com suas candeias. O noivo demorou a chegar, e todas ficaram com sono e adormeceram. 
À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo!’ Então todas as virgens acordaram e prepararam suas candeias. As insensatas disseram às prudentes: ‘Deem-nos um pouco do seu óleo, pois as nossas candeias estão se apagando’. Elas responderam: ‘Não, pois pode ser que não haja o suficiente para nós e para vocês. Vão comprar óleo para vocês’. 
E saindo elas para comprar o óleo, chegou o noivo. As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial. E a porta foi fechada. Mais tarde vieram também as outras e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abra a porta para nós!' Mas ele respondeu: ‘A verdade é que não as conheço!’ Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora! (Mateus 25:1-13)

Antes de iniciarmos a interpretação desse trecho, é necessário conhecermos os significados de algumas palavras e expressões contidas nele, a fim de que tenhamos um entendimento mais claro acerca das lições que o Senhor nos transmite.

Para começar, vejamos dois significados curiosos:

1- O número dez no contexto judaico se relaciona à totalidade, ao todo ou ao conjunto completo de alguma coisa. Por isso, para representar a igreja como sendo todos os povos da Terra que decidiram fazer parte dela, o Senhor Jesus usou esse número.

2- As moças são virgens, pois num casamento judaico a noiva deve ser virgem. A virgindade aqui também tem a ver com o que a Lei ordena para o casamento de um Sumo Sacerdote (Jesus também é o Sumo Sacerdote do Seu povo - Hb 6:20):

"A mulher que ele tomar terá que ser virgem. Não poderá ser viúva, nem divorciada, nem moça que perdeu a virgindade, nem prostituta, mas terá que ser uma virgem do seu próprio povo, assim ele não profanará a sua descendência entre o seu povo." (Levítico 21:13-15)

Continuando nosso estudo vemos que, logo no início da história, o Mestre alerta que cinco virgens eram prudentes e cinco insensatas. Diante disso, precisamos ter uma ideia do que é a prudência e a insensatez, às quais Ele se refere. Sobre isso, encontramos vários trechos esclarecedores na própria Bíblia, dentre os quais, seguem dois deles abaixo:

Todo homem prudente age com base no conhecimento, mas o tolo expõe a sua insensatez. (Provérbios 13:16)

Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. (Mateus 7:24)

A prudência, portanto, está ligada à aquisição do conhecimento do Reino de Deus e de sua Justiça, que são revelados à igreja por Jesus. Quem busca esses conhecimentos e constrói sua vida sobre eles está firmado e seguro em Cristo, de forma que não se afligirá em circunstâncias difíceis.

A insensatez, por conseguinte, é o contrário dessa situação, onde os indivíduos não valorizam a sabedoria de Deus e não buscam conhecer a verdade, para firmarem suas vidas nela. Dessa maneira, entendemos que as cinco virgens prudentes são pessoas que buscam o entendimento do Reino e da Justiça de Deus, e as insensatas, não.

A segunda coisa que o Senhor diz é com relação às candeias que as moças tinham para iluminar o lugar onde esperavam pelo noivo e que, depois, quando Ele surgisse, serviriam para clarear o caminho que fariam até Ele. Quando as prudentes se levantaram para encontrar o noivo, levaram óleo extra para suas candeias, mas as insensatas não levaram.

Sobre as "candeias" (ou "lâmpadas") e o "óleo" (ou "azeite") usado dentro delas, também há alguns trechos no Antigo e no Novo Testamento que revelam do que se tratam. Vejamos a seguir alguns deles:

O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, e vasculha cada parte do seu ser. (Provérbios 20:27)

Separem dentre os seus bens uma oferta para o Senhor. Todo aquele que, de coração, estiver disposto, trará como oferta ao Senhor ouro, prata e bronze; (...) óleo para a iluminação; (...). (Êxodo 35:5-8)

A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho. (Salmos 119:105)

A explicação das tuas palavras ilumina e dá discernimento aos inexperientes. (Salmos 119:130)

Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força. (Efésios 1:18,19)

Assim sendo, as candeias e o óleo usado dentro delas para a iluminação são, respectivamente, o coração do homem e o conhecimento da Justiça de Deus ou o conhecimento de Cristo. Algumas interpretações sugerem que o óleo da candeia é o Espírito Santo, dando a entender que as cinco virgens prudentes estavam cheias do Espírito e, por isso, conseguiram chegar até o Noivo.

De fato, quem busca conhecer a verdade, dentre outras coisas, buscará estar cheio do Espírito Santo, que no Antigo Testamento é representado pelo óleo da unção. As Escrituras nos mostram que haviam dois tipos de óleo no tabernáculo de Moisés: o óleo para a iluminação e o óleo da unção (veja em Êxodo 35:8 e Êxodo 25:6). O primeiro faz alusão ao conhecimento de Deus, e o segundo, ao seu poder e autoridade, além de representar o Espírito de Deus. No caso dessa parábola, se trata do óleo usado como combustível para produzir luz.

As dez virgens simbolizam a igreja do Senhor na Terra, onde uma parte dela permanecerá firmada em Cristo, e a outra não vai perseverar. Só lembrando que as virgens citadas nessa parábola são as acompanhantes da noiva, segundo os costumes da antiga tradição judaica. Elas participavam da celebração do casamento, festejando junto com os noivos a oficialização da aliança do casal. No caso, a noiva, nessa parábola, simboliza o cumprimento da promessa da volta de Jesus Cristo.

Sobre a afirmação "o noivo demorou a chegar", se trata do longo tempo que vai levar para o retorno de Cristo, pois observamos que, desde a Sua morte e ressurreição até agora, já se passaram mais de dois mil anos.

Essa demora fez com que "as virgens adormecessem" – e aqui Cristo estava profetizando que, depois da destruição de Jerusalém, a igreja continuaria crescendo, porém, dispersa pelo mundo e desligada do tempo, por estar ocupada com as coisas dessa vida e desinformada sobre a realidade do Reino. Por causa dessa desinformação, que se estendeu por séculos, a igreja não avançou no conhecimento da justiça de Deus, pois o ensino de Cristo ficou ocultado da maioria das pessoas pelas lideranças religiosas/governamentais cristãs que dominaram o mundo, especialmente na idade média.

Nesse intervalo, muitos eventos aconteceram e muitos sinais que mostram a proximidade da vinda do Senhor foram e continuam sendo dados ao longo dos séculos, como Ele mesmo explicou no capítulo 24 deste mesmo evangelho. 

No entanto, apesar de não saber se o dia do retorno de Jesus estaria mais perto ou não, e também de não estarem plenamente conscientes dos sinais preditos por Cristo e pelos Apóstolos, uma parte dessas pessoas continuou vigiando, e perseverou em aprender e praticar o pouco conhecimento que acessaram acerca do Reino de Deus. 

Com a chegada da Bíblia Sagrada, que aos poucos foi sendo difundida pelo mundo, e agora está disponível em praticamente quase todas as línguas existentes no planeta atualmente, o Senhor Jesus segue preparando progressivamente a Sua Igreja para a Sua volta. 

Ele vem preparando o seu povo para a realidade de seu Reino que ficará visível a todos, e será restabelecido definitivamente na terra, e também segue alertando os seus para a necessidade de avisar ao mundo sobre esse evento tão importante, que é a vinda definitiva do Seu Reino, através da evangelização.

E conforme essa preparação vai progredindo, as dez virgens vão caminhar juntas até o dia do grito: "O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo"! Então, é nesse momento que a igreja deverá passar pelo ápice da grande tribulação, apontada por Jesus em Mateus 24.

Embora as cordas dos ímpios queiram prender-me, eu não me esqueço da tua lei. À meia-noite me levanto para dar-te graças pelas tuas justas ordenanças. (Salmos 119:61,62)

Portanto, nesse caso, o grito dado à meia-noite para avisar as moças que o noivo está se aproximando representa o início do reinado do Homem do pecado ou Anticristo em todo o mundo (ele é a besta que sobe do abismo - Ap 11:7, Ap 17:8), onde a verdadeira igreja do Senhor (virgens prudentes) deverá estar bem preparada no conhecimento da justiça de Deus (óleo extra), a fim de passar por essa fase, sem se deixar levar pela influência do mal.

De acordo com o que vimos parágrafos acima, esse conhecimento que a igreja do Senhor deverá possuir nesse período difícil não poderá ser adquirido instantaneamente. As pessoas vão precisar buscar por ele muito antes, ao longo dos anos, usando o meio que o Senhor disponibilizou para que todos possam se preparar: a Bíblia Sagrada Cristã.

E é assim que, na fase mais complicada que os cristãos deverão enfrentar no mundo, eles estarão com suas vidas fortemente alicerçadas no Reino de Deus, não se deixando abalar pelas más notícias nem se influenciando pelas sutilezas da perversão.

É por isso que, depois do aviso de que "o noivo se aproxima", as virgens prudentes dizem às insensatas que não podem compartilhar o óleo com elas e pedem para que estas vão comprá-lo. Nesse momento, acontecerá uma separação em todo o mundo entre os cristãos que realmente creem na mensagem do Reino e esperam o retorno do Rei Jesus, daqueles que não creem, e esse será um evento que acontecerá com muito sofrimento.

Compre a verdade e não abra mão dela, nem tampouco da sabedoria, da disciplina e do discernimento. (Provérbios 23:23)

O "vão comprar" – dito pelas virgens prudentes –, portanto, se refere à dedicação e ao esforço que empenhamos em meditar nas Escrituras, extraindo delas o conhecimento e o entendimento da justiça de Deus. Na época em que o "Homem do pecado" estiver no poder, mais do que nunca, os cristãos em todo o mundo vão precisar estar bem convictos de sua fé, caso contrário irão se comportar como as virgens insensatas. 

As insensatas deixaram para adquirir óleo, que era necessário para continuarem com suas candeias acesas, apenas no momento mais próximo à chegada do noivo. Essas moças representam todos aqueles indivíduos que estarão se dizendo cristãos, na iminência do retorno de Cristo, mas não estarão dando ouvidos ou não valorizarão Seu ensino. Por isso, eles vão desprezar os sinais da vinda do Senhor e estarão vivendo de acordo com as filosofias do anticristo, apesar de usarem o conteúdo das Escrituras e, aparentemente, se comportarem como servos de Deus.

É por este motivo que, quando as virgens insensatas conseguem chegar ao local do banquete e pedem para entrar, o Noivo diz que não as conhece.

Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal! (Mateus 7:21-23)

O que acontece, no momento em que as virgens insensatas vão comprar o óleo, é que elas vão tentar adquiri-lo no mundo, que é o lugar onde suas vidas estão alicerçadas. Esse óleo (que representa conhecimento e sabedoria divinos) oferecido pelo mundo é "misturado" ou "pervertido", e não é suficiente para fazer com que elas voltem à tempo de entrarem juntas com as virgens prudentes no banquete nupcial. Elas voltam atrasadas e enganadas, achando que o Noivo terá misericórdia e abrirá a porta para elas.

Isso quer dizer que, no dia em que o Rei voltar, as virgens insensatas não estarão em unidade com as virgens prudentes, e não estarão, assim como estas, vivendo pela fé ou vivendo segundo os preceitos do Reino de Deus ensinados por Cristo! Muitas pessoas se enganam, não entendendo o que Cristo ensina, e acham que viver pela fé é agir de forma religiosa ou mística, e esse equívoco vai levar muitos a ficarem fora do Reino de Deus em definitivo no Dia do retorno de Jesus.

Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais (...), tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes. São estes os que se introduzem pelas casas e conquistam mulherzinhas sobrecarregadas de pecados, as quais se deixam levar por toda espécie de desejos. Elas estão sempre aprendendo, mas não conseguem nunca de chegar ao conhecimento da verdade. Como Janes e Jambres se opuseram a Moisés, esses também resistem à verdade. A mente deles é depravada; são reprovados na fé. Não irão longe, porém; como no caso daqueles, a sua insensatez se tornará evidente a todos. (2 Timóteo 3:1-9)

(...) os perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. (2 Timóteo 3:13)

Quando o Apóstolo Paulo, em sua segunda carta à Timóteo, diz que "nos últimos dias os homens serão egoístas, avarentos, (...)", ele não está falando das pessoas do mundo, e sim de pessoas que se intitulam cristãs(!), mas estarão totalmente fora da realidade do Reino de Deus. Essa fala de Paulo caracteriza, portanto, o comportamento das cinco virgens insensatas: elas terão uma "aparência de piedade", mas negarão a Cristo com seu procedimento.

Para fechar nosso estudo, no livro de Apocalipse, há também um trecho que diz o seguinte, especialmente sobre o comportamento das virgens insensatas:

Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus. Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. Dou-lhe este aconselho: Compre de mim ouro refinado no fogo e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar. Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Apocalipse 3:14-22)

Ironicamente, a palavra Laodicéia (ou Laudicéia), de origem grega, significa "aquela que é justa com sua comunidade" ou "pessoa sensata e prudente, que não admite desacordos e é firme em seus propósitos".

Notamos que, ao "anjo" desta igreja, em particular, é dirigida uma exortação contundente da parte do Rei Jesus Cristo, onde Ele considera essa congregação "miserável, digna de compaixão, pobre, cega e nua". 

À título de esclarecimento, é bom entendermos que, quando o Senhor se dirige ao anjo da igreja, na verdade, ele está se dirigindo às lideranças que estarão à frente das igrejas cristãs em determinado momento.

Podemos notar também, nesse trecho, que o Senhor alerta essas pessoas para "comparem d'Ele" ouro refinado no fogo para enriquecerem, roupas brancas para cobrirem a nudez, e colírio, para poderem enxergar. Essas três coisas, segundo o que consta no conteúdo das Escrituras, se referem ao conhecimento do Amor ou da Justiça de Deus.

Portanto, Cristo está avisando a esses indivíduos do seu descaso em relação à aquisição da Sua sabedoria, e que isso os está levando a serem "mornos" na fé, ou seja, eles estão dizendo uma coisa e fazendo outra, estão se declarando cristãos, mas não agem conforme, "tendo uma aparência de piedade, mas negando seu poder".

Esse comportamento morno, o qual Deus reprova, está em plena concordância com aquele declarado pelo Apóstolo Paulo, sobre como a maioria dos cristãos viveria nos últimos dias, de acordo com os trechos de 2Timóteo, capítulo 3, que lemos alguns parágrafos acima. Essa forma de viver mostra que Cristo está fora da maioria das igrejas dessa época, por isso Ele diz: "Eis que estou à porta e bato". 

Por fim, o Rei Jesus encerra o aviso ao anjo da Igreja de Laodicéia, dizendo que aquele que vencer vai adquirir o direito de sentar-se com Ele em Seu trono. Isso significa que essa igreja, a que enfrentará os últimos dias antes da sua vinda, se perseverar vai receber a maior recompensa oferecida pelo Senhor, que é governar as nações ao lado d'Ele (entenda melhor lendo a Parábola dos trabalhadores na vinha).

Assim como nas épocas anteriores, especialmente na época em que o "Homem do pecado" estiver ocupando seu lugar no mundo, a igreja terá que continuar perseverando em manter-se firme na verdadeira fé, contudo, nesse tempo, será necessário focar nisso muito mais do que nos tempos anteriores, visto que a maldade estará maior e agindo com mais força sobre terra, e por causa dela muitos vão sucumbir à influência do Anticristo e cairão rápido na apostasia.

Texto: Missionária Oriana Costa 

Edição: Pr. Wendell Costa

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Quanto ao dia e à hora - Mateus 24 - Parte 6


Há muita especulação envolvida no tema "volta de Jesus" e, desde tempos atrás, várias pessoas têm tentando prever qual o momento exato em que Ele retornará. Contudo, através das Escrituras, sabemos que não é possível saber o dia e a hora exatos, mas somente ter ciência dos sinais que indicarão a iminência desse evento.

Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai. Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem. Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro deixado. Duas mulheres estarão trabalhando num moinho: uma será levada e a outra deixada. Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor. (Mateus 24:36-42)

Outro trecho, como esse acima, é encontrado no evangelho de Marcos (Mc 13:32-37), e que também nos passa a mesma informação, de que o dia e a hora não serão revelados e a volta de Jesus Cristo acontecerá subitamente para o mundo, que estará em sua "rotina normal", regida pelo governo do anticristo. A igreja, contudo, estará vigilante e discernindo os sinais da proximidade do retorno do Rei, não sendo pega de surpresa.

Irmãos, quanto aos tempos e épocas, não precisamos escrever-lhes, pois vocês mesmos sabem perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão à noite. Quando disserem: "Paz e segurança", então, de repente, a destruição virá sobre eles, como dores à mulher grávida; e de modo nenhum escaparão. (1 Tessalonicenses 5:1-3)

Há dois sinais que revelam que o retorno do Rei Jesus está muito próximo, faltando poucos anos, são: a apostasia total e a ascensão do anticristo, que virão acompanhados de um aumento exacerbado da perseguição aos cristãos, em todas as nações da terra.

O empoderamento do filho da perdição não aconteceu ainda, mas sabemos que não está tão longe de se tornar realidade.

A apostasia, contudo, está acontecendo de forma gradual, tendo se intensificado nos últimos tempos, à medida que a influência da maldade aumenta no mundo. Por exemplo, atualmente aqui no Brasil, se tornou comum encontrarmos pessoas que antes eram cristãs (católicas ou evangélicas) ou acreditavam em Jesus Cristo, mas agora professam uma outra crença ou simplesmente desacreditam totalmente na existência de um Criador.

Pode ser que, dentro de trinta ou quarenta anos, a incidência de pessoas que não estarão mais seguindo a Cristo – ou não estarão mais crendo em Deus no mundo – chegue a um patamar que poderemos chamar de "apostasia total". E, enquanto ela vai crescendo, vai gerando muitos "anticristos", como veremos mais adiante neste texto.

Portanto, quando esse tempo infeliz chegar, a pregação do Evangelho da salvação não será mais aceita, e não haverá mais espaço para que esse trabalho seja feito publicamente em lugar algum do planeta, pois, apesar do aumento da perseguição, ainda se encontram no mundo lugares onde é permitida a evangelização.

Quando a apostasia atingir seu ápice, então o anticristo será manifesto, como uma espécie de "salvador do mundo". No texto anterior falamos dos alertas de Jesus acerca do tempo da manifestação do anticristo. Vejamos, a seguir, as explicações dadas pelos apóstolos sobre esse assunto. Comecemos pelo Apóstolo João:

Filhinhos, esta é a última hora; e, assim como vocês ouviram que o anticristo está vindo, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso sabemos que esta é a última hora. Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos. Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm conhecimento. Não lhes escrevo porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a conhecem e porque nenhuma mentira procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho. Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa publicamente o Filho tem também o Pai. (1 João 2:18-23)

Como observamos no trecho acima, um anticristo é uma pessoa que nega, especialmente, que o Senhor veio até nós como um ser humano, morreu, ressuscitou e está vivo na eternidade, ou que Jesus é o Messias (o Cristo), aquele que o Pai enviou para justificar a humanidade.

Então, conforme o apóstolo João explica, antes que o "homem do pecado" apareça, outros como ele deverão surgir. Uma característica interessante relacionada a esses anticristos, segundo nos revela João, é que eles necessariamente tem um antecedente cristão. Portanto, tais pessoas conhecem o funcionamento das igrejas, conhecem o conteúdo bíblico, contudo não compreendem a mensagem de salvação e a realidade do Reino de Deus.

Ao deixarem de congregar, esses anticristos usam o que sabem para atacar os cristãos ou simplesmente espalham informações distorcidas acerca do Evangelho de Jesus Cristo ou da fé cristã, a fim de denegrirem a imagem de Deus e dos que creem n'Ele. Quem acredita neles acaba se fechando para a mensagem do Reino e, por causa disso, corre o risco de perder a oportunidade de ser justificado de suas transgressões diante do Criador.

Vejamos abaixo mais um trecho desse alerta dado pelo apóstolo João:

Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne procede de Deus; mas todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo. Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo. Eles vêm do mundo. Por isso o que falam procede do mundo, e o mundo os ouve. Nós viemos de Deus, e todo aquele que conhece a Deus nos ouve; mas quem não vem de Deus não nos ouve. Dessa forma reconhecemos o Espírito da verdade e o espírito do erro. (1 João 4:1-6)

Outra informação que o apóstolo João nos passa é que os anticristos são falsos profetas, que estarão sempre negando a Jesus. Somente a Igreja pode discerni-los, conforme ele avisa: "todo aquele que conhece a Deus nos ouve; mas quem não vem de Deus não nos ouve. Dessa forma reconhecemos o Espírito da verdade e o espírito do erro"

Por enquanto, essa ação maligna está sendo neutralizada no mundo pelo trabalho dos cristãos, pois João diz "vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo".

De fato, esses falsos profetas, apesar da ousadia que têm, não tem o mesmo potencial daquele que surgirá próximo à segunda vinda do Senhor. Desde a ressurreição de Cristo até agora, essas pessoas ainda são incapazes de barrar por completo a evangelização. Isso acontece porque a igreja ainda está ativa, revestida de autoridade e compelida pelo poder de Deus, cumprindo sobrenaturalmente o chamado da anunciação das boas novas de salvação feito pelo Rei Jesus.

A seguir vamos ler mais uma advertência do apóstolo João sobre os anticristos ou falsos profetas:

E este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos. Como vocês já têm ouvido desde o princípio, o mandamento é este: que vocês andem em amor. De fato, muitos enganadores têm saído pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em corpo. Tal é o enganador e o anticristo. Tenham cuidado, para que vocês não destruam o fruto do nosso trabalho, antes sejam recompensados plenamente. Todo aquele que não permanece no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no ensino tem o Pai e também o Filho. Se alguém chega a vocês e não trouxer esse ensino, não o recebam em casa nem o saúdem. Pois quem o saúda torna-se participante das suas obras malignas. (2 João 1:6-11)

De acordo com as informações contidas acima, é importante que todo cristão saiba o que é o "amor", a fim de que não seja enganado e não caia na apostasia. Então, segundo o apóstolo explica, esse amor não se trata de um sentimento, mas de um conjunto de leis ou regras que constituem os princípios da Justiça de Deus, sobre os quais Cristo ensinou e nos quais todos os que n'Ele creem devem se esforçar para andar.

É importante que, ao identificar um falso profeta, fiquemos afastados dele, pois tal pessoa é um potencial influenciador. Quando João alerta para não recebermos em nossas casas e nem saudarmos pessoas movidas pelo espírito do erro, ele está querendo dizer que devemos manter distância delas, a fim de nos protegermos bem como os nossos familiares e irmãos na fé.

Vejamos abaixo um outro aviso sobre o anticristo, desta vez dado à igreja pelo apóstolo Paulo:

Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, a ponto de se assentar no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus. Não se lembram de que quando eu ainda estava com vocês costumava lhes falar essas coisas? E agora vocês sabem o que o está detendo, para que ele seja revelado no seu devido tempo. A verdade é que o mistério da iniquidade já está em ação, restando apenas que seja afastado aquele que agora o detém. Então será revelado o perverso, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá pela manifestação de sua vinda. A vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o poder, com sinais e com maravilhas enganadoras. (2 Tessalonicenses 2:1-12)

Portanto, as palavras de Paulo, além de confirmarem aquelas ditas pelo apóstolo João, ainda nos passam mais uma informação sobre o filho da perdição: ele será muito poderoso e vai se opor e se exaltar acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, a ponto de se assentar no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus.

Isso significa que esse indivíduo vai assumir o controle do mundo, desdenhando a fé em Deus e se colocando literalmente no lugar dele, obrigando as nações a reverenciá-lo como a um deus, e muito provavelmente fazendo de Jerusalém (monte do Templo) o local onde ficará seu gabinete ou mesmo a sua residência principal, como uma forma de menosprezar o Deus Criador publicamente.

Em Daniel 7:23-25, Daniel 11:36 e Apocalipse 13:5-8 há descrições semelhantes àquela dada pelo apóstolo Paulo sobre o anticristo.

Para encerrar este texto, importante dizer que o melhor que nós cristãos devemos fazer hoje é continuar anunciando a mensagem do Reino de Deus, conforme o possível, e esperar com paciência que os últimos sinais se cumpram. Devemos, ainda, lembrar que quanto mais próximo estiver o dia da volta do Rei Jesus, mais difícil se tornará a situação dos cristãos sobre a Terra. Essa condição exigirá dos que estiverem aqui, no auge da grande tribulação, uma maior unidade, maior perseverança, e muito mais vigilância acerca do que se diz e se faz do que estamos tendo agora.

É por isso que o autor da carta aos Hebreus fala as seguintes palavras:

Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia. (Hebreus 10:25)


Texto: Missionária Oriana Costa 

Edição: Pr. Wendell Costa

terça-feira, 8 de junho de 2021

O sol escurecerá e a lua não dará a sua luz - Mateus 24 - Parte 5


Continuando nosso estudo do capítulo 24 do Evangelho de Mateus, vejamos a parte onde o Senhor Jesus nos fala acerca dos últimos fatos que acontecerão no mundo, um pouco antes do seu retorno. Tais eventos convergem para o auge da grande tribulação, mencionada por Ele no versículo 21.

A título de uma melhor compreensão do texto, também faremos comparações com trechos dos evangelhos de Marcos, no capítulo 13, e Lucas, nos capítulos 17 e 21, os quais se referem ao mesmo assunto, pois contêm informações que confirmam e complementam ao texto do Evangelho de Mateus.

Analisemos o aviso que o Senhor nos dá a partir do Evangelho de Mateus:
Onde houver um cadáver, aí se ajuntarão os abutres. Imediatamente após a tribulação daqueles dias ‘o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu, e os poderes celestes serão abalados’. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória. (Mateus 24:28-30)
Jesus alerta seus discípulos que sua volta seria sobrenatural e que Ele viria do alto, e não dentre as pessoas, aparecendo à vista de todos por entre as nuvens, envolto num grande clarão (Mateus 24:23-27). Então, o Senhor falou dos acontecimentos que sobreviriam à sua igreja, antes da Sua segunda vinda.

Ao contrário do que muitos pensam, a igreja não só permanece aqui, durante o período da tribulação, – que, inclusive, já vem acontecendo em toda a terra –, como também ainda estará aqui, no auge desses momentos difíceis.

Ao falar sobre o cadáver e os abutres, no versículo 28, Cristo se refere ao tempo da manifestação do Anticristo (o cadáver) e da condenação que virá em seguida sobre ele, na Sua vinda (os abutres).

No livro de Apocalipse há um trecho referente a esses acontecimentos, onde podemos ver mais detalhes de como será essa fase:
Vi um anjo que estava de pé no sol e que clamava em alta voz a todas as aves que voavam pelo meio do céu: "Venham, reúnam-se para o grande banquete de Deus, para comerem carne de reis, generais e poderosos, carne de cavalos e seus cavaleiros, carne de todos: livres e escravos, pequenos e grandes". Então vi a besta, os reis da terra e os seus exércitos reunidos para guerrearem contra aquele que está montado no cavalo e contra o seu exército. Mas a besta foi presa, e com ela o falso profeta que havia realizado os sinais miraculosos em nome dela, com os quais ele havia enganado os que receberam a marca da besta e adoraram a imagem dela. Os dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. Os demais foram mortos com a espada que saía da boca daquele que está montado no cavalo. E todas as aves se fartaram com a carne deles. (Apocalipse 19:17-21)
No Evangelho de Lucas, capítulo 17, há um trecho que também se refere ao cadáver e aos abutres, mostrando o que acontecerá aos cristãos que se deixarem levar pela filosofia do "filho da perdição", no dia do retorno de Cristo:
Lembrem-se da mulher de Ló! Quem tentar conservar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida a preservará. Eu lhes digo: naquela noite duas pessoas estarão numa cama; uma será tirada e a outra deixada. Duas mulheres estarão moendo trigo juntas; uma será tirada e a outra deixada. Duas pessoas estarão no campo; uma será tirada e a outra deixada. Onde, Senhor? – perguntaram eles. Ele respondeu: Onde houver um cadáver, ali se ajuntarão os abutres. (Lucas 17:32-37)
A mulher de Ló (leia a história em Gênesis 19), estava apegada à sua vida confortável em Sodoma, e não acreditou no aviso de destruição dado pelos dois mensageiros de Deus. Por isso, ela decidiu trocar sua família pela vida que levava e voltou para a cidade. Assim, ela acabou morrendo, junto com os que ficaram lá. Da mesma forma, cristãos que se apegarem ao conforto material, e por causa disso priorizarem a filosofia do Anticristo ao invés da fé em Jesus, a fim de não perderem bens, fama ou status, não ressuscitarão e não herdarão a vida eterna (serão deixados, ou seja, estarão condenados).

Conforme o trecho de Apocalipse 19, postado parágrafos acima, antes do retorno do Rei Jesus, "a besta que sobe do abismo" (o "cadáver", ao qual Cristo se refere) e seus aliados deverão iniciar uma grande perseguição aos cristãos em todas as nações da terra. Atualmente, a perseguição aos cristãos está principalmente concentrada em países de governo totalitarista (ditatorial, socialista ou comunista) ou onde a maioria das pessoas professa a fé islâmica.

Se, então, fizermos uma comparação com o alerta do Senhor no Evangelho de Mateus, essa perseguição extrema é o ápice da tribulação que a igreja já vem enfrentando, e se dará quando "o sol escurecer, e a lua não der a sua luz, as estrelas caírem do céu e os poderes celestes forem abalados" .

Isso significa que, nos momentos em que estiver manifesto, o anticristo conseguirá, por algum tempo – que, felizmente, não será longo –, impedir que o testemunho do Reino de Deus seja dado em todo o mundo. Na Bíblia, esse episódio está retratado simbolicamente, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

Os trechos mais contundentes sobre o tempo do Anticristo se encontram no livro de Daniel (Dn 7:25, Dn 8:23-25, Dn 11:36-45, Dn 12:1-3) e, em algumas partes do Novo Testamento, nas falas de Jesus e em alguns trechos das cartas dos Apóstolos, e especialmente no livro de Apocalipse (Ap 11:7-12, Ap 13:11-18). 

Essa será uma fase de muita pressão para todos os que aguardam a volta de Jesus, mas de muita alegria para todos os que concordam com a filosofia e os pensamentos do "homem do pecado". 

A principal tática que o anticristo vai usar, para calar a boca dos que proclamam o Evangelho, será convencendo as maiorias com mentiras, dizendo que a fé em Jesus Cristo é inútil, pois essa crença não estará dando a prosperidade material nem estará pondo a comida nos pratos dos famintos, assim como ele estará se esforçando para fazer. Ao final deste texto, há a citação de um trecho da segunda carta de Paulo aos cristãos de Tessalônica, advertindo-os sobre como o anticristo se manifestará.

Com relação aos significados dos símbolos usados por Cristo em sua explicação, o "sol" representa os povos de todas as nações, judeus e não-judeus, que creram na mensagem do Reino, que começou a ser anunciada a partir de Cristo, e aguardam o Seu retorno (Salmos 89:34-36).

A "lua" representa todos os que viveram até antes da morte e ressurreição de Jesus. Estes últimos acreditavam na promessa de salvação feita pelo Pai, durante o tempo em que a Antiga Aliança ainda estava em vigor, e esperavam a vinda de um "Justificador" ou "Messias".

Dentre esses estão Adão e Eva, Abel, Set, Noé, Abraão, Melquisedeque, o Rei Davi, o Rei Salomão, etc., e todos os profetas levantados por Deus para guiar e exortar os israelitas, como Moisés, Elias, Eliseu, Jeremias, Daniel, etc.

Apesar desses indivíduos da antiguidade já não estarem mais entre nós, seu testemunho ainda está vivo,  sendo proclamado dentre os povos, através dos séculos, por meio do Velho Testamento, utilizado tanto  pelos judeus como pelos cristãos.

Assim, o sol e a lua juntos representam a igreja por completo, ou seja, toda a congregação de cidadãos do Reino de Deus de todas as eras. Essa congregação é chamada também de "noiva do Cordeiro", de "Jerusalém celestial" ou "cidade santa" nas escrituras bíblicas.

Especialmente no livro de cantares, há vários trechos que se referem à essa igreja. Vejamos um deles:
Quem é essa que aparece como o alvorecer, bela como a lua, brilhante como o sol, admirável como um exército e suas bandeiras? (Cantares 6:10)
No livro do profeta Joel, no Antigo Testamento, também encontramos um trecho em que Deus usa o profeta para falar desse "sol" e dessa "lua". Vejamos a seguir:
Proclamem isto entre as nações: Preparem-se para a guerra! Despertem os guerreiros! Todos os homens de guerra aproximem-se e ataquem. Forjem os seus arados, fazendo deles espadas; e de suas foices, façam lanças. Diga o fraco: "Sou um guerreiro!" - Venham depressa, vocês, nações vizinhas, e reúnam-se ali. Faze descer os teus guerreiros, ó Senhor! Despertem, nações; avancem para o vale de Josafá, pois ali me sentarei para julgar todas as nações vizinhas. Lancem a foice, pois a colheita está madura. Venham, pisem com força as uvas, pois o lagar está cheio e os tonéis transbordam, tão grande é a maldade dessas nações! Multidões, multidões no vale da Decisão! Pois o dia do Senhor está próximo, no vale da Decisão. O sol e a lua escurecerão, e as estrelas já não brilharão. O Senhor rugirá de Sião e de Jerusalém levantará a sua voz; a terra e o céu tremerão. Mas o Senhor será um refúgio para o seu povo, uma fortaleza para Israel. (Joel 3:9-16)
Com relação às "estrelas", há uma passagem no livro do profeta Daniel que nos mostra o que elas representam:
Aqueles que são sábios reluzirão como o brilho do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre. (Daniel 12:3)
Portanto, quando Jesus Cristo fala que as "estrelas vão cair do céu", isso quer dizer que muitos indivíduos de grande influência e conhecedores do conteúdo das escrituras no meio cristão se desviarão da fé em Jesus, mudando seus discursos e deixando de conduzir as pessoas ao conhecimento da justiça de Deus. De fato, isso já vem acontecendo de forma gradual, aumentando a intensidade conforme se aproxima o dia da vinda do Rei Jesus.

Dessa forma, a apostasia terá atingido seu grau máximo durante o reinado do Anticristo. Será nesse tempo que os poderes celestes serão abalados, tendo em vista a forte oposição ao testemunho de Cristo, orquestrada pelo "filho da perdição", que se levantará em toda a terra e fará com que os cristãos fiquem acuados, desejando, mais do que nunca, o retorno do Senhor Jesus.

Agora, vamos comparar com os trechos contidos nos evangelhos de Marcos e Lucas, para termos uma melhor visão de todos os eventos relativos à iminência da volta de Jesus:
Mas naqueles dias, após aquela tribulação, ‘o sol escurecerá e a lua não dará a sua luz;
as estrelas cairão do céu e os poderes celestes serão abalados’. "Então se verá o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. (Marcos 13:24-26)
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações se verão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão abalados. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. (Lucas 21:25-27)
Enquanto no Evangelho de Marcos lemos uma confirmação, em Lucas encontramos, além de uma confirmação, também um complemento às informações de Mateus. 

Um pouco antes do retorno do Senhor Jesus, haverá um tempo em que o testemunho dele não poderá mais ser dado publicamente e a apostasia arrastará muitos cristãos: são os "sinais no sol, na lua e nas estrelas". Haverá grande angústia e perplexidade com a fúria e agitação do mar, muitos desmaiarão de terror, a humanidade será abalada pelo que sobrevirá ao mundo.

O "mar" ao qual o Senhor se refere não se trata dos oceanos do planeta, mas representa os povos ou as nações da terra (veja em Hc 1:14, Is 17:12, Is 57:20). 

Portanto, nesse tempo, a maldade terá se multiplicado de uma tal forma que muitos indivíduos, em todas as nações do mundo, ficarão perplexos, angustiados e desmaiarão de medo, sem saber o que fazer nem como escapar da violência proveniente daqueles que seguem a filosofia do anticristo e da opressão provocada por sua forma totalitária de governo.

Revoltas e protestos acontecerão no mundo inteiro, pois, especialmente na Europa e no Ocidente, pessoas vão querer impedir a todo o custo que o totalitarismo tome conta dos governos, contudo não haverá como impedir isso, pois já está decretado como juízo, que virá sobre as nações. Portanto, nesse tempo, a verdadeira igreja do Senhor estará alerta, para não se envolver de forma alguma na violência e não cair na apostasia.

Muitos que se dizem cristãos, mas que não estarão com sua fé firmada no conhecimento do Reino de Deus, ficarão desiludidos com a situação e, sem entender o que estará acontecendo, se deixarão levar pelo que vão presenciar, desprezando a fé em Jesus e se entregando às concupiscências da carne. 

É por isso que o Senhor Jesus avisa o seguinte aos seus discípulos, segundo está escrito no Evangelho de Lucas:
Tenham cuidado, para que os seus corações não fiquem carregados de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra. Estejam sempre atentos e orem para que vocês possam escapar de tudo o que está para acontecer, e estar de pé diante do Filho do homem. (Lucas 21:34-36)
Voltando para o Evangelho de Mateus, Cristo revela:
Aprendam a lição da figueira: quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem todas estas coisas, saibam que ele está próximo, às portas. Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão. (Mateus 24:32-35)
Aqui o Senhor Jesus adverte que o desenrolar de todos dos acontecimentos aos quais Ele se refere, desde a destruição de Jerusalém pelo Império Romano até a manifestação do Anticristo, caracterizam uma contagem regressiva para o seu retorno, e que tudo vai acontecer conforme Ele revelou.

De fato, quem está acompanhando os eventos mundiais ao longo da história percebe que realmente os sinais preditos por Cristo estão se cumprindo um a um, sem falhar. Os trechos nos evangelhos de Marcos 13:28-31 e Lucas 21:29-33 exibem o mesmo aviso. 

Por isso, é importante que a igreja jamais esqueça desses alertas, a fim de que se prepare bem e possa atravessar esses tempos sem se abalar com os acontecimentos, usufruindo neles da paz e da esperança, que só o conhecimento da justiça de Deus, proveniente de Cristo, pode nos dar.

Um trecho famoso das Escrituras, que tem sido amplamente usado em nossos dias como tema de pregações e letras de músicas gospel, constante no livro do profeta Habacuque (Hb 3:17-19), está diretamente relacionado ao tempo do toque das trombetas, descrito em Apocalipse, e ao auge da grande tribulação. E sabemos disso exatamente por causa do que é profetizado antes desse trecho, como podemos ler abaixo:

Preparaste o teu arco; pediste muitas flechas. Fendeste a terra com rios; os montes te viram e se contorceram. Torrentes de água desceram com violência; o abismo estrondou erguendo as suas ondas. O sol e lua pararam em suas moradas, diante do reflexo de tuas flechas voadoras, diante do lampejo da tua lança reluzente. Com ira andaste a passos largos por toda a terra e com indignação pisoteaste as nações. Saíste para salvar o teu povo, para libertar o teu ungido. Esmagaste o líder da nação ímpia, tu o desnudaste da cabeça aos pés. Com as suas próprias flechas lhe atravessaste a cabeça, quando os seus guerreiros saíram como um furacão para nos espalhar, com maldoso prazer, como se estivessem para devorar o necessitado em seu esconderijo. Pisaste o mar com teus cavalos, agitando as grandes águas. Ouvi isso, e o meu íntimo estremeceu, meus lábios tremeram; os meus ossos desfaleceram; minhas pernas vacilavam. Tranquilo esperarei o dia da desgraça que virá sobre o povo que nos ataca. (Habacuque 3:9-16)

Para concluir, vejamos um trecho do Novo Testamento onde o Apóstolo Paulo alerta aos cristãos de Tessalônica, sobre como será o tempo do governo do Anticristo:
Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, a ponto de se assentar no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus. (...). A vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o poder, com sinais e com maravilhas enganadoras. Ele fará uso de todas as formas de engano da injustiça para os que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça. (2 Tessalonicenses 2:3-12)

Texto: Miss. Oriana Costa
Edição: Pr. Wendell Costa

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Quem perseverar até o fim será salvo - Mateus 24 - Parte 4


A perseguição sofrida por aqueles que se mantêm firmes na esperança do cumprimento da promessa feita por Deus a Abraão é algo real, algo que continua através dos séculos. Os primeiros a sofrerem por causa dessa fé, onde muitos foram assassinados por indivíduos de seu próprio povo, foram os profetas israelitas.

No Antigo Testamento é possível encontrar vários trechos, onde podemos ler sobre esses infelizes acontecimentos; no Novo Testamento, através do discurso de Jesus no Templo de Jerusalém, também observamos o que sucedia aos profetas que Deus enviava para exortar o povo de Israel (veja em Considerações sobre Mateus 23 - Parte 6).

Após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, com a formação da igreja cristã, o foco da perseguição saiu dos profetas israelitas e foi em direção àqueles que possuem a mesma esperança de Abraão. Assim como Abraão esperava herdar a terra de Canaã no Oriente, os cristãos esperam o cumprimento da promessa, a fim de entrar definitivamente na Canaã celestial: o Reino de Deus.

Enquanto estava em Jerusalém, ensinando seus discípulos no monte das oliveiras, alguns dias antes de sua prisão e morte, o Senhor Jesus foi claro quanto à situação de rejeição e repúdio que a Sua igreja sofreria através dos tempos, até a sua volta.

Desta forma, testemunhando que os avisos de Jesus Cristo são verdadeiros, está bem documentado na Bíblia como se deu o início da perseguição à fé cristã (veja no livro de Atos dos Apóstolos). Também percebemos, a partir de outros registros feitos ao longo da história da humanidade, até os dias de hoje, que a perseguição aos cristãos é uma realidade que vai se intensificando, conforme se aproxima o dia do retorno do Senhor.

Há também uma peculiaridade associada à perseguição: ela é o único sinal predito pelo Senhor Jesus que consta, ao mesmo tempo, nos quatro evangelhos, por esta razão, devemos prestar bastante atenção a ele. O fato desse sinal em particular ser citado nos quatro evangelhos mostra que é o mais forte de todos, acontece com maior frequência e é aquele que marcará o ápice da grande tribulação, sobre a qual Cristo alertou.

Em cada trecho dos evangelhos onde Cristo fala sobre a perseguição, há informações que se confirmam e também são complementares umas às outras. Então, vamos começar nossa análise pelo Evangelho de Mateus:

Então eles os entregarão para serem perseguidos e condenados à morte, e vocês serão odiados por todas as nações por minha causa. Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim. (Mateus 24:9-14)

Nesse momento, Jesus está passando uma visão do que acontecerá com a igreja através dos tempos. Ele mostra a existência de um ódio mortal, em todas as nações do mundo, com relação à fé cristã. Assim  também como aconteceria com relação à apostasia, o ódio contra os seguidores de Cristo também será nutrido pelo aumento da maldade na Terra.

Portanto, além do surgimento de indivíduos que vão distorcer a mensagem do Reino e dar falso testemunho de Jesus, dificultando a pregação do verdadeiro Evangelho da salvação, pessoas que são de confiança e se mostram amigas, de repente, podem se tornar inimigas. Então, devido a esse cenário tão complicado, o Senhor adverte que será necessário perseverar, para não nos deixarmos levar pela aparência das situações e não deixarmos "o amor esfriar", ou seja, vamos precisar perseverar e ter muito cuidado para não apostatar da fé n'Ele.

Vejamos o que está escrito no Evangelho de Marcos sobre isso:

Fiquem atentos, pois vocês serão entregues aos tribunais e serão açoitados nas sinagogas. Por minha causa vocês serão levados à presença de governadores e reis, como testemunho a eles. E é necessário que antes o evangelho seja pregado a todas as nações. Sempre que forem presos e levados a julgamento, não fiquem preocupados com o que vão dizer. Digam tão-somente o que lhes for dado naquela hora, pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito Santo. O irmão trairá seu próprio irmão, entregando-o à morte, e o mesmo fará o pai a seu filho. Filhos se rebelarão contra seus pais e os matarão. Todos odiarão vocês por minha causa; mas aquele que perseverar até o fim será salvo. (Marcos 13:9-13)

Esse repúdio e rejeição à igreja vem se manifestando através dos séculos de diversas formas, contudo as mais comuns são aquelas às quais Cristo se refere, que são a discriminação, o preconceito, as calúnias e a violência, que muitas vezes acontecem dentro da própria família. Traições, prisões, condenações sem justa causa e assassinatos também estão na lista do que pode acontecer em meio às perseguições, como Jesus nos avisa.

Foi em meio a todas essas situações difíceis que a mensagem do Reino de Deus começou a ser anunciada em Israel, e esse trabalho continuará sendo feito, envolto nesse clima tenso, em todo o mundo, até que venha o fim. Esse "fim" ao qual Cristo se refere é o auge da grande tribulação, que acontecerá um pouco antes da Sua vinda, no qual se manifestará o "homem do pecado" (2Ts 2:1-4), que impedirá que o testemunho do Evangelho continue sendo dado.

No Evangelho de Lucas também encontramos um trecho que confirma as duas passagens de Mateus e Marcos citadas acima:

Mas antes de tudo isso, prenderão e perseguirão vocês. Então os entregarão às sinagogas e prisões, e vocês serão levados à presença de reis e governadores, tudo por causa do meu nome. Será para vocês uma oportunidade de dar testemunho. Mas convençam-se de uma vez de que não devem preocupar-se com o que dirão para se defender. Pois eu lhes darei palavras e sabedoria a que nenhum dos seus adversários será capaz de resistir ou contradizer. Vocês serão traídos até por pais, irmãos, parentes e amigos, e eles entregarão alguns de vocês à morte. Todos odiarão vocês por causa do meu nome. Contudo, nenhum fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá. É perseverando que vocês obterão a vida. (Lucas 21:12-19)

Assim como o fez Marcos, Lucas também descreve o alerta de Cristo, sobre o fato de que, em determinados momentos, alguns de seus discípulos seriam levados à presença de autoridades a fim de testemunharem acerca do Reino de Deus. Apesar de representar uma situação desconfortável e de alto risco, testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo para autoridades é uma grande oportunidade que Deus dá a alguns e que sempre atrai muitos a Ele.

Geralmente, a ignorância acerca da realidade do Reino dos céus faz com que os indivíduos enxerguem os cristãos como uma ameaça às suas religiões, seus costumes e tradições. Equivocadamente, essa falta de entendimento faz alguns líderes pensarem que a fé cristã desvia as pessoas da submissão aos governos de suas nações, devido à mensagem do Evangelho se referir a um outro governo, ao qual todos devem se submeter e que é superior aos governos do mundo.

Esse é o motivo pelo qual alguns discípulos de Jesus foram, e ainda são, detidos e levados a explicar sua fé diante de autoridades, pois especialmente em nações que ainda adotam sistemas de governos totalitários em nosso tempo, como ocorre no comunismo, por exemplo, é inadmissível a existência de qualquer crença, ensino, filosofia ou pensamento que faça o povo entender a existência de um outro governo que seja superior ao de sua nação. 

Após os dias em que Cristo ficou acampado no Monte das Oliveiras, ensinando os discípulos, o Senhor Jesus voltou para a cidade e fez com eles a última ceia. Naquele momento, Ele os avisou, mais uma vez, sobre o que lhes aconteceria após sua morte e ressurreição. Esse episódio está descrito no Evangelho de João:

Quando vier o Conselheiro, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade que provém do Pai, ele testemunhará a meu respeito. E vocês também testemunharão, pois estão comigo desde o princípio. (João 15:26,27)

Tenho-lhes dito tudo isso para que vocês não venham a tropeçar. Vocês serão expulsos das sinagogas; de fato, virá o tempo quando quem os matar pensará que está prestando culto a Deus. Farão essas coisas porque não conheceram nem o Pai, nem a mim. Estou lhes dizendo isto para que, quando chegar a hora, lembrem-se de que eu os avisei. (João 16:1-4)

De fato, antes que os Apóstolos e demais discípulos começassem a anunciar a mensagem de salvação, e a perseguição aos cristãos se iniciasse oficialmente, o Espírito de Deus foi derramado sobre aqueles que creram na mensagem do Reino de Deus (veja em Atos 2:1-12). 

Em seguida, as Escrituras mostram o primeiro registro de repúdio à mensagem do Evangelho, em Jerusalém, com a prisão dos Apóstolos Pedro e João (Atos 4:1-21). Naquele momento, a mensagem do Reino de Deus proclamada por Cristo agora estava sendo anunciada com o acréscimo da informação de que os israelitas tinham rejeitado o Messias que lhes fora enviado pelo Pai, e que Sua morte e ressurreição foi o verdadeiro pagamento por seus pecados e também era a única forma de entrar no Reino dos céus.

O segundo registro dessa perseguição se dá com a prisão dos apóstolos, ainda em Jerusalém, onde, depois de serem açoitados, foram postos em liberdade (Atos 5:17-42). 

Tanto no primeiro quanto no segundo ocorrido, muitos milagres haviam acontecido e muitas pessoas estavam se reconciliando com Deus pela fé em Jesus Cristo. Isso perturbava as lideranças religiosas em Jerusalém, deixando-os com inveja da fama, da popularidade e do respeito que os Apóstolos estavam conquistando no meio do povo.

Nesses dois episódios, os Apóstolos foram movidos pelo Espírito Santo para discursarem diante das autoridades em defesa do Evangelho. Então, vê-se claramente o cumprimento dos alertas dados pelo Senhor Jesus aos discípulos, antes de sua morte e ressurreição.

Após a morte de Estêvão por apedrejamento (veja a história completa nos capítulos 6 e 7 de Atos dos Apóstolos), o ódio aos cristãos foi crescendo entre as lideranças religiosas de Israel, onde o fariseu Saulo era o maior perseguidor dos que pertenciam ao "Caminho". Depois da conversão de Saulo – que, posteriormente, tornou-se mais conhecido por seu nome grego "Paulo" –, este passou de perseguidor a perseguido (veja em Atos 9:1-30).

Especialmente Saulo, antes de sua conversão, acreditava que exterminando os cristãos estava fazendo um favor à sociedade e honrando o nome de Deus, pois ele entendia que os seguidores de Cristo eram hereges. Ele perseguia os cristãos pelo zelo de sua fé e não por inveja, como os demais fariseus. Eis porque o Senhor, enquanto ensinava aos discípulos, falou "de fato, virá o tempo quando quem os matar pensará que está prestando culto a Deus".

O fato é que, seja por meio da inveja ou por meio do zelo religioso, o Maligno sempre encontrará espaço dentre as pessoas que não conhecem ou não entendem a mensagem de salvação para atacar e, se possível, destruir a igreja do Senhor Jesus. No entanto, ela não pode ser destruída, pois está alicerçada na eternidade, em Cristo.

Para concluir, é importante entender que o corpo de Cristo na terra precisa estar ciente de que, à medida que o retorno do Rei Jesus Cristo se aproxima, mais difícil ficará a situação para os cidadãos do Reino de Deus no mundo. Isso exigirá dos que creem muito mais perseverança em relação à busca pelo conhecimento do Reino de Deus e de sua Justiça, como também um maior esforço, a fim de colocar esse conhecimento em prática, pois é isso o que manterá os corações dos filhos de Deus em paz e focados na volta de Jesus.


Texto: Missionária Oriana Costa 

Edição: Pr. Wendell Costa

Antes de escolher os Apóstolos - Parte 3.1 - O Sermão da montanha

Neste estudo vamos iniciar a análise de um dos momentos em que o Senhor Jesus começa a explicar com mais detalhes alguns princípios importan...