sexta-feira, 5 de junho de 2020

Em sua própria casa é que um profeta não tem honra.

Este trecho do evangelho é bem conhecido; ele é usado por muitos pregadores e indivíduos com chamado profético para justificar o fato de não serem levados em consideração ou não valorizados nos locais onde congregam ou em suas próprias famílias.

De fato, com estas palavras, Jesus estava dizendo que naquele momento de seu ministério Ele não estava sendo levado em consideração em sua própria cidade, apesar da sabedoria que demonstrava ter e dos sinais miraculosos que eram realizados por Ele.

No entanto, não foi só em Carfanaum, a cidade onde Jesus residia, que isso aconteceu; em alguns outros locais de Israel por onde Ele passou anunciando o Seu Reino as pessoas também não acreditaram nele, como aconteceu nas cidades de Corazim e Betsaida.

E como já sabemos, ao final do capítulo 12 desse mesmo evangelho vemos que naquele tempo a própria familia de Jesus também não cria nele, porque ainda não conseguia enxergar quem Ele era. (Clique aqui para entender a reação da família de Jesus)

Porém, tal comportamento das pessoas já era esperado, visto que foi profetizado muito antes do Cristo ser enviado como é que as coisas aconteceriam quando Ele se manifestasse ao povo de Israel:

Ele disse: Vá, e diga a este povo: Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam. Torne insensível o coração desse povo; torne surdos os ouvidos dele e feche os seus olhos. Que eles não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos, e não entendam com o coração, para que não se convertam e sejam curados. (Isaías 6:9,10)

Como podemos observar, ainda no capítulo 13 do evangelho de Mateus o Rei Jesus faz menção desse trecho de Isaías, nos versículos 14 e 15, após ensinar ao povo sobre o Reino de Deus com a parábola do semeador.

Portanto, apesar de ter afirmado que um profeta não é honrado em sua terra e em sua casa, por não ter sido considerado, o Rei Jesus não estava frustrado com a situação. De fato, com essas palavras Ele estava fazendo alusão ao que o povo de Israel já havia feito aos homens que Deus tinha levantado para admoestar aquela nação no passado.

O Cristo não buscava reconhecimento de ninguém pelo seu trabalho, pois já estava ciente do que aconteceria. Mesmo não sendo aceito ou compreendido pela maioria, Ele sabia que deveria prosseguir com sua missão até o fim, sem se deixar levar pela rejeição que sofria, e foi exatamente isso que Ele fez. Ele prosseguiu olhando para o Pai para mostrar a todos que Deus realmente nos ama e não deseja a nossa destruição.

O que estava acontecendo ali é que a maioria das pessoas reagia com incredulidade porquê ao invés de prestarem atenção no que Jesus ensinava e nos milagres extraordinários que realizava, estava olhando para a sua aparência física, filiação e status social, tentando compreender como um homem aparentemente comum daquela região poderia ser tão sábio e ser tão cheio do poder de Deus.

O trecho a seguir mostra a reação das pessoas em Carfanaum ao presenciarem a manifestação do Messias diante delas:

Chegando à sua cidade, começou a ensinar o povo na sinagoga. Todos ficaram admirados e perguntavam: "De onde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão conosco todas as suas irmãs? De onde, pois, ele obteve todas essas coisas? - E ficavam escandalizados por causa dele. (Mateus 13:54-56)

É interessante notar que especialmente os milagres que eram operados por Jesus Cristo não podiam de forma alguma serem de procedência maligna, como alguns fariseus diziam movidos por inveja. Só o Criador de todas as coisas poderia fazer acontecer as coisas fantásticas que o povo estava presenciando pela vida do Rei Jesus.

Mas, a maioria daqueles indivíduos não conseguiu discernir o que via, por estar entregue a uma insensibilidade espiritual advinda de ensinamentos falsos que entraram em seus corações e obscureceram seus entendimentos; tradições mundanas foram ensinadas ao povo misturadas com as escrituras ao longo dos anos, como se as escrituras não fossem suficientes para dar entendimento correto, como é o caso do que ocorria no farisaísmo.

E sabemos disso pelas vezes que Jesus confrontou os fariseus, apontando-lhes as heresias que estavam cometendo, como vemos no trecho a seguir:

Alguns fariseus e mestres da lei, vindos de Jerusalém, foram a Jesus e perguntaram:
Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois não lavam as mãos antes de comer! - Respondeu Jesus: E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês? Pois Deus disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’ e ‘quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado’. Mas vocês afirmam que se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: ‘Qualquer ajuda que vocês poderiam receber de mim é uma oferta dedicada a Deus’, ele não é obrigado a ‘honrar seu pai’ dessa forma. Assim vocês anulam a palavra de Deus por causa da tradição de vocês. Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
(Mateus 15:1-8)

Esses conhecimentos falsos fizeram com que os israelitas ficassem esperando um messias com uma aparência de rei conforme o mundo, sem atentarem para certos detalhes das escrituras que especificavam sobre como realmente o Cristo seria enviado por Deus e como Ele se manifestaria ao povo. Então, a vinda do Messias e todas as suas realizações aconteceram exatamente como está escrito, mas, a maioria dos judeus, apesar de conhecerem as escrituras, não conseguiu discernir o cumprimento delas diante deles.

Por estar enganada com ensinos falsos e não conseguir ligar o conhecimento que tinha das escrituras com as informações que estavam recebendo naquele momento por Jesus, grande parte do povo de Israel não enxergou que o Reino de Deus, na verdade, não tem origem no mundo material que conhecemos, e que é uma realidade espiritual perfeita e muito mais alta do que aquela que conhecemos neste mundo.

Missionária Oriana Costa.

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