segunda-feira, 13 de março de 2017

Fechamento das congregações da CCC em Lagoa salgada e Passagem de areia

Hoje, treze de março de dois mil e dezessete, estamos ainda no meio de uma fase de transição ministerial. Ontem se concluiu mais uma etapa desta fase, o fechamento da primeira igreja que fundamos, em Passagem de areia. 

Esta fase difícil começou com o fechamento da segunda igreja, que ficava em Lagoa salgada, ao fim de dezembro do ano passado. Começamos este ano muito cansados, tendo em vista que foi trabalhoso retirar tudo de dentro da casa onde ficava a igreja, e sair dando destino a todas as coisas.

Estamos passando pela mesma situação agora, tendo que desocupar a casa onde ficava a igreja em Passagem de areia. Nesse processo, me vieram à lembrança muitos momentos, muitas situações que passamos nestes dois lugares. 

É interessante como, toda vez que mudamos de lugar, ou toda vez que temos de mexer em alguns objetos para mudá-los de um lugar para outro, lembramos de coisas do passado, de coisas que fizemos e dissemos, de coisas que vivenciamos. Vem a nossa mente os bons momentos e também as dificuldades que enfrentamos.

Porém, colocando à parte o pesar de termos que fechar duas igrejas, o que prevalece em nossos corações é a sensação do dever cumprido. Fizemos o nosso melhor, como iniciantes na chamada pastoral. Fizemos até mais do que podíamos, e tanto que acabamos nos sobrecarregando . Isso não foi uma coisa boa, e realmente foi o primeiro sinal de que deveríamos encerrar nosso trabalho como pastores, mesmo tendo que fechar as duas igrejas por falta de quem nos substituísse.

Jejuamos e oramos fervorosamente por todo o ano de 2016 para que, ao sairmos, dois casais de pastores pudessem assumir as duas igrejas, mas, não aconteceu. Ficamos apreensivos com isso, no entanto, não tínhamos escolha; precisávamos parar, ou iríamos acabar adoecendo devido ao stress provocado pela demanda de trabalho.

Antes de qualquer coisa, nós precisamos obeceder a Deus, precisamos estar onde Ele quer que nós estejamos, fazendo o que Ele nos chamou para fazer neste tempo em que Sua volta se aproxima. Contudo, Deus não deseja nos sobrecarregar de tarefas a ponto de ficarmos tão cansados que não consigamos mais caminhar.

Existe uma medida de trabalho para cada pessoa, de modo que as tarefas sejam executadas e finalizadas com êxito e sem trazer enfado ou sobrecarga. Uns aguentam mais e outros menos, mais o importante para Deus é que façamos o nosso melhor na anunciação do reino d'Ele.

Faltava obreiros para dividirmos todas as cargas, então, fazíamos o trabalho de muitas pessoas, para que pudesse ser oferecido a todos pelo menos o básico no modelo de igreja proposto para os nossos dias. E, por fim, faltou obreiros preparados na palavra para dar continuidade na liderança do trabalho que começamos. 

A maioria das pessoas que frequentavam as duas igrejas eram neófitas (novos convertidos) e algumas mal sabiam (ou não sabiam) ler. Mesmo assim, ajudaram no que puderam, contudo, não poderiam jamais assumir a liderança de uma igreja. Os casais que tinham um pouco mais de conhecimento e estavam congregando conosco, ou não tinham chamada para liderar, ou não foram tocados para isso (ainda que tendo a chamada), ou, não se sentiram capacitados para assumir a liderança de uma igreja, ainda que pequena.

Para que um casal assuma a chamada pastoral é necessário que os dois preencham os requisitos constantes no novo testamento para o episcopado ou presbitério (no que se refere ao testemunho para com os irmãos e especialmente os de fora da fé, e sobre conhecer bem a palavra de Deus), que já tenha ouvido o Senhor falar em seus corações, e também ter recebido a confirmação para assumir o trabalho de diversas formas.

Agradecemos muito ao Senhor por todos os que se dispuseram a somar forças conosco e nos ajudaram a fazer o louvor, pregar a palavra, ensinar nos grupos familiares, cuidar das crianças no departamento infantil, ajudaram financeiramente, enfim, que de diversas formas ofertaram suas vidas na maravilhosa obra do Senhor. Foram poucos, mas, muito importantes e preciosos. 

Se eles não tivessem atendido ao chamado, certamente as congregações não teriam funcionado bem. Isso, com toda a certeza, o nosso Rei Jesus acompanhou e seguirá recompensando a cada um de uma forma especial. E a palavra de Deus também diz: “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). Toda a ajuda semeada certamente trará uma colheita de muitos benefícios a todos.

Wendell e eu percebemos, ao fim desta fase, que esses seis anos pastoreando igrejas foi, de fato, um intenso aprendizado, um treinamento bem focado numa preparação para coisas que estão por vir ministerialmente para nós. A princípio não entedíamos desta forma, mas, agora, vemos claramente que foi um treino especial que o Senhor nos proporcionou. Cristo abriu nossos olhos para muitas coisas que ainda não enxergávamos bem. Ele nos quebrantou e também nos fortaleceu em muitas áreas.

Para os que congregaram conosco e ficaram sob nosso pastoreio, foi um tempo de se chegar a Deus e entender Sua vontade. Vi que o Senhor, através das nossas vidas, tratou muitas feridas, corrigiu alguns, consolou outros, chamou mais para perto a outros. 

Vi Deus chegar com socorro, provisão e auxílio financeiro para alguns, especialmente os que passavam necessidade e que, há muito tempo, não sabiam o que era ter um prato de comida certo na hora de fazerem as três refeições básicas do dia. Vi o Senhor levantar abatidos, vi a cura de enfermos acontecendo de uma forma maravilhosa. Casamentos foram restaurados, pessoas creram e aceitaram a Jesus Cristo como seu suficiente salvador e Senhor.

Foram muitos testemunhos das coisas que Deus fez. Agradeço muito ao Senhor Jesus por tudo, e também peço que Ele me perdoe as vezes que fiquei indisposta. Muitas vezes me senti cansada e desestimulada a continuar, mas, como sempre, Ele me compreendia, socorria e ali estava eu novamente fazendo a minha parte. Ele me guiou mansamente às águas tranquilas.

Após um tempo de descanso, que não sabemos de quantos meses será, iremos para a terceira fase: retomar o que está na prateleira há doze anos. Também não será fácil. Teremos que fazer novos contatos, atualizar e refazer nosso repertório musical, reiniciar os ensaios para que nos adequemos ao chamado de ir anunciar o Reino através da música (louvor bilíngue – português e inglês) e do ensino da palavra, também bilíngue. Muitas coisas mudaram, coisas novas surgiram, teremos que nos adaptar.

Agradecemos também a Deus por todos os irmãos que não estavam conosco presencialmente, mas, intercederam por nossas vidas e ministério. Suas intercessões foram muito importantes, e bem sei que o Senhor também recompensará cada minuto empenhado em pedir a nosso favor. Obrigada a todos pelo carinho expresso em orações!

A volta do Senhor Jesus está cada vez mais próxima, e sabemos que Ele deseja que anunciemos isso. Vamos continuar fazendo a nossa parte. Mais uma vez, agradeço a todos os irmãos que estiveram conosco nos ajudando, e especialmente ao Pai por seu imenso amor, cuidado e paciência conosco. 

Oriana Costa 

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