sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

Estudaremos, agora, um trecho do evangelho de Mateus, que mostra como os chefes dos sacerdotes e mestres da Lei reagiram, após serem confrontados por Jesus no templo, em Jerusalém, enquanto Ele ali ensinava.

Depois de ouvirem as três parábolas que Jesus lhes contou (Mateus 21 e 22), entendendo que, através delas, o Senhor estava denunciando a hipocrisia deles publicamente, aqueles líderes começaram a trabalhar mais rápido para prendê-lo e, se possível, exterminá-lo. 

Como eles não entenderam que Cristo era realmente o Messias, naquele momento, Ele representava uma ameaça à continuidade das regalias, poder e prestígio que aqueles homens usufruíam.

Então os fariseus saíram e começaram a planejar um meio de enredá-lo em suas próprias palavras. Enviaram-lhe seus discípulos juntamente com os herodianos que lhe disseram: "Mestre, sabemos que és íntegro e que ensinas o caminho de Deus conforme a verdade. Tu não te deixas influenciar por ninguém, porque não te prendes à aparência dos homens. Dize-nos, pois: Qual é a tua opinião? É certo pagar imposto a César ou não? (Mateus 22:15-17)

Os herodianos eram os adeptos de uma provável seita (ou de um partido político) onde se acreditava na divindade de Herodes Antipas (o imperador de Roma na época), e até que ele poderia ser o verdadeiro Messias esperado pelos israelitas. Esse grupo de pessoas era composto de mensageiros e soldados do império romano, e, pelos interesses em comum que infelizmente existiam, estavam unidos à liderança religiosa de Israel.

Assim sendo, essas pessoas, que foram enviadas a Jesus, estavam na expectativa de vê-lo se contradizer de alguma forma: caso o Senhor defendesse a fé em Deus e o povo de Israel, se oporia ao domínio do império romano, mas se defendesse o controle romano, se oporia ao povo de Israel e a Deus. Nas duas situações Jesus seria considerado um rebelde, digno de condenação.

No entanto, o grupo foi surpreendido pela resposta de Jesus, que, ao mesmo tempo, defendeu a fé em Deus e o governo que estava estabelecido sobre os israelitas, e também diferenciou as duas situações através do que eles tinham em mãos: o conhecimento das Escrituras e o dinheiro que usavam na época para pagar o imposto.

Mas Jesus, percebendo a má intenção deles, perguntou: "Hipócritas! Por que vocês estão me pondo à prova? Mostrem-me a moeda usada para pagar o imposto". Eles lhe mostraram um denário, e ele lhes perguntou: "De quem é esta imagem e esta inscrição?" "De César", responderam eles. E ele lhes disse: "Então, deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Ao ouvirem isso, eles ficaram admirados; e, deixando-o, retiraram-se. (Mateus 22:18-22)

A moeda com a qual se pagava o imposto a César era a moeda do próprio império romano. Muitas vezes os israelitas eram obrigados a fazer o câmbio (comprar antes as moedas com o ouro ou a prata que tinham), sempre que iam pagar os impostos.

Por isso, Jesus pediu "a moeda usada para pagar o imposto", fazendo ali a diferenciação entre a obrigação que o povo de Israel tinha de obedecer a Deus, cumprindo os mandamentos da Lei, e a obrigação de pagar o imposto a César, por estarem debaixo do domínio dele.

O fato dos Israelitas obedecerem a Deus não tirava a obrigação deles de se submeterem a autoridade da nação que os estava dominando, pois a rebelião contra as autoridades, além de ser considerada uma transgressão perante Deus, também trazia prisão e morte para os rebeldes.

Portanto, se o próprio Deus não interferisse para libertar o povo, toda vez que eles iam cativos nas mãos de uma outra nação, eles tinham que se submeter às autoridades, tanto por temor a Deus quanto pelo perigo de morte pela rebelião.

Em relação à reação dos fariseus contra Jesus, é interessante notar que, estando os herodianos presentes no momento de abordarem Jesus, aquela liderança não estava nem um pouco interessada na libertação do povo de Israel do domínio de Roma, muito pelo contrário.

Na verdade, eles queriam continuar como estavam, porque daquela forma, ao mesmo tempo que já tinham o prestígio do povo, por terem sido separados para o serviço do templo e serem conhecedores das Escrituras, também usufruíam dos "lucros" de manter o povo submisso ao controle romano. 

Por esse motivo é que aqueles fariseus eram bem mais corruptos que os "publicanos", nome dado aos israelitas que trabalhavam para o império romano, cobrando imposto do povo. Os publicanos não eram bem vistos pela sociedade judaica, sendo considerados traidores, contudo os fariseus se mostravam bem piores que eles. Essa foi a razão pela qual tantas vezes Jesus confrontou aqueles lideres religiosos, reprovando-os publicamente.

Deus nunca desejou que os israelitas fossem dominados por outras nações e prometeu dar a eles um Rei que os governaria PARA SEMPRE, o qual viria no tempo determinado pelo Pai, segundo o que fora dito pelos profetas.

Os fariseus  estavam desprezando totalmente essas informações, em troca de usufruírem de um conforto material que não tinham a mínima ideia do tempo que iria durar.


Texto: Missionária Oriana Costa

Edição: Pr. Wendell Costa

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