O Senhor Jesus estava em Jerusalém, tendo despedido a multidão, a qual ouviu seu último discurso público (veja o estudo sobre esse discurso nas seis publicações anteriores a esta). Nesse momento, Ele havia saído do templo e ia com os seus discípulos para o Monte das oliveiras, a fim de continuar os ensinando em particular.
Chegando ao monte, Jesus começa a preparar seus discípulos para presenciarem, alguns dias adiante, a Sua prisão e crucificação. Além disso, Ele explica alguns eventos que aconteceriam em Jerusalém e no mundo, após a Sua ressurreição e antes da Sua segunda vinda.
Iniciando nosso estudo, vamos analisar o começo da conversa que Jesus teve com seus discípulos, logo após Sua saída do templo, antes de chegar ao monte. Vejamos o trecho a seguir:
Jesus saiu do templo e, enquanto caminhava, seus discípulos aproximaram-se dele para lhe mostrar as construções do templo. "Vocês estão vendo tudo isto?", perguntou ele. "Eu lhes garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão todas derrubadas". (Mateus 24:1,2)
Naquele tempo, o tetrarca Herodes Antipas, desejando manter boas relações com os israelitas e fazer com que se submetessem ao seu governo passivamente (pois, na época, a nação de Israel perdera, mais uma vez, sua autonomia e estava sob o domínio do Império Romano), deu ordens para que o templo dos judeus fosse restaurado.
Este era o Segundo Templo, que havia sido reconstruído depois que os israelitas foram libertados do cativeiro na Babilônia, e fora consagrado por volta de 516 a.C. Esse novo templo tinha duas diferenças do anterior: a primeira é que na sua corte exterior foi acrescentada uma área para prosélitos (simpatizantes da fé judaica), que eram adoradores de Deus, mas que não desejavam se submeter às leis do Judaísmo.
A segunda é que lá não tinha a Arca da Aliança, o Urim e Tumim, o óleo sagrado, o fogo sagrado, as tábuas dos Dez Mandamentos, os vasos com Maná, nem o cajado de Aarão. Todos esses objetos foram saqueados ou destruídos durante a invasão que a nação de Israel sofreu na ascensão do Império Babilônico.
No tempo de Herodes, esse Segundo Templo já havia completado cinco séculos de existência. Com o passar do tempo, ele foi sofrendo vários desgastes em sua estrutura e, com certeza, precisava de muitos reparos.
Assim, aquela obra de restauração foi muito bem vinda e foi um sucesso: depois de sua finalização, passou a ser admirada por todos os que a contemplavam. Por isso, quando os discípulos foram para fora daquele lugar junto com o Senhor, começaram a chamar a atenção dele para a imponência e beleza daquela grande construção.
No entanto, para a surpresa deles, tudo o que ouviram de Cristo sobre o belíssimo edifício que viam foi "garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão todas derrubadas". Certamente os discípulos não entenderam bem o porquê daquelas palavras e que tipo de acontecimento poderia levar à destruição de uma construção grande e bela como aquela, erigida para adorar a Deus.
Nas entrelinhas, o que o Mestre estava avisando era que tudo o que havia sido estabelecido na Lei Mosaica e tinha sido avisado pelos profetas, caso o povo continuasse desonrando a aliança que tinham com Deus, se cumpriria. Também que todos os que cressem nele não precisariam mais de templos, tais como aquele, para cultuar e adorar ao Criador, como realmente Ele merece.
No Antigo Testamento há vários trechos alertando sobre a destruição de Jerusalém no futuro, caso eles continuassem a desagradar a Deus e não se arrependessem. Vejamos algumas passagens bíblicas nesse sentido:
(...) eu mesmo os castigarei sete vezes mais por causa dos seus pecados. Vocês comerão a carne dos seus filhos e das suas filhas. Destruirei os seus altares idólatras, despedaçarei os seus altares de incenso e empilharei os seus cadáveres sobre os seus ídolos mortos, e rejeitarei vocês. Deixarei as cidades de vocês em ruínas e arrasarei os seus santuários, e não terei prazer no aroma das suas ofertas. Desolarei a terra a ponto de ficarem perplexos os seus inimigos que vierem ocupá-la. Espalharei vocês entre as nações e desembainharei a espada contra vocês. Sua terra ficará desolada, e as suas cidades, em ruínas. (Levítico 26:28-33)
Derrubaste todos os seus muros e reduziste a ruínas as suas fortalezas. Todos os que passam o saqueiam; tornou-se motivo de zombaria para os seus vizinhos. Tu exaltaste a mão direita dos seus adversários e encheste de alegria todos os seus inimigos. Tiraste o fio da sua espada e não o apoiaste na batalha. Deste fim ao seu esplendor e atiraste ao chão o seu trono. Encurtaste os dias da sua juventude; com um manto de vergonha o cobriste.(Salmos 89:40-45)
Vi o Senhor junto ao altar, e ele disse: "Bata no topo das colunas para que tremam os umbrais. Faça que elas caiam sobre todos os presentes; e os que sobrarem matarei à espada. Ninguém fugirá, ninguém escapará. Ainda que escavem até às profundezas, dali a minha mão irá tirá-los. Se subirem até os céus, de lá os farei descer. Mesmo que se escondam no topo do Carmelo, lá os caçarei e os prenderei. Ainda que se escondam de mim no fundo do mar, ali ordenarei à serpente que os morda. Mesmo que sejam levados ao exílio por seus inimigos, ali ordenarei que a espada os mate. Vou vigiá-los para lhes fazer o mal e não o bem." (Amós 9:1-4)
De fato, Cerca de 40 anos após a morte e ressurreição de Cristo, iniciou-se um período de guerras entre Israel e o Império Romano, que aconteceu em três etapas. Esse período é chamado de Guerra judaico-romana. Esse conflito foi motivado a princípio pelas tensões religiosas, evoluindo para protestos contra o pagamento de tributos, que culminou em ataques a cidadãos romanos.
Na primeira etapa, chamada de Grande revolta judaica (66-73 d.C.), Jerusalém foi tomada pelas forças do comandante romano, Tito. Outra vez, as muralhas e o Templo de Jerusalém foram destruídos, e o resto da cidade voltou a ficar em ruínas. A destruição de Jerusalém, também conhecida como Cerco de Jerusalém, ocorreu durante o governo do imperador romano Vespasiano.
O historiador judeu Flávio Josefo descreveu com detalhes como aconteceu essa primeira etapa da Guerra judaico-romana. Alguns trechos dos textos que ele escreveu estão acessíveis na internet, servindo como uma fonte importante de pesquisa e também de prova incontestável desse acontecimento (clique aqui).
Texto: Missionária Oriana Costa
Edição: Pr. Wendell Costa
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