Para entendermos melhor sobre o que Jesus Cristo está falando no trecho bíblico que separamos aqui, vamos colocá-lo dentro do contexto do discurso onde ele está encaixado:
Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: Por que falas ao povo por parábolas? - Ele respondeu: A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado. Por essa razão eu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem’. Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria’. Mas, felizes são os olhos de vocês, porque vêem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem. Pois eu lhes digo a verdade: Muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, mas não viram, e ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram. (Mateus 13: -17)
Esta fala de Jesus, portanto, acontece após o momento em que Ele termina de anunciar o Seu Reino aos israelitas contando a famosa parábola do semeador (Leia em Mateus 13:3-8)
Ao todo, no capítulo 13 do evangelho de Mateus, encontramos sete parábolas muito interessantes onde o Rei Jesus compartilha vários detalhes de Seu Reino, porém, todos encobertos pelos simbolismos das histórias usadas para falar dele.
Para que tais jogos de palavras sejam realmente entendidos é necessário que se tenha um conhecimento prévio do Reino de Deus através de outros lugares das escrituras, ou que eles sejam explicados diretamente pelo próprio Cristo, como é o caso da parábola do semeador e da parábola do joio e do trigo.
É natural que na primeira leitura não tenhamos o entendimento claro do que algumas delas realmente estão apontando, no entanto, não é impossível entendê-las: basta que coloquemos em prática um dos ensinamentos deixados pelo Senhor Jesus que é "buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua Justiça". E buscar em primeiro lugar esse Reino significa procurar DISCERNI-LO antes de sair buscando outros tipos de conhecimento.
E não há outro caminho para se dicernir o Reino de Deus senão estudando e meditando profundamente no conteúdo do NOVO TESTAMENTO. Toda a Bíblia contém informações sobre o Reino de Deus, mas é no Novo Testamento que elas se encontram esclarecidas.
Jesus Cristo não fala de seu Reino somente nas parábolas, mas Ele prossegue explicando claramente vários aspectos desse maravilhoso lugar aos seus discípulos em outros momentos, os quais estão devidamente registrados nos quatro evangelhos e também nas cartas dos apóstolos.
Então, voltando ao trecho bíblico que estamos querendo entender, o que o Cristo está declarando é o seguinte: a quem já busca "o conhecimento do Reino de Deus" será dado ainda mais, mas, a quem não busca esse conhecimento, o pouco que tiver acessado lhe será tomado.
E não é à tôa que o Rei Jesus fala estas palavras, pois elas complementam o raciocínio da parábola do semeador, contada por Ele antes. Nessa parábola, Cristo mostra que existe uma entidade trabalhando incessantemente para roubar das pessoas "a semente", que se trata do conhecimento ou da mensagem de Seu Reino.
Então, o Maligno, assim como explica Jesus, mantém as pessoas que não valorizam ou não priorizam o conhecimento do Reino de Deus desprovidas de mais informações que poderiam ajudá-las a enxergar claramente a existência deste lugar, e posteriormente usufruir de sua perfeita realidade.
Seguindo com a leitura do capítulo 13 do evangelho de Mateus observamos Cristo explicar o significado da parábola do semeador, e ali Ele alerta que, para se manifestar na vida de alguém, o Reino de Deus precisa ser antes DISCERNIDO através da anunciação da mensagem evangelística e em seguida PRIORIZADO por quem recebe a mensagem.
Dessa forma, o Maligno trabalha de duas maneiras: a primeira é cegando e ensurdecendo as pessoas espiritualmente, para que não experimentem o Reino pela mensagem do evangelho; e a segunda é impedindo as pessoas que já conseguiram experimentá-lo de perseverar em priorizá-lo, ainda que tais pessoas sejam muito estudadas e inteligentes: e ele faz isso com muita sutileza, desviando e prendendo o foco dos indivíduos na realidade material.
Assim sendo, sem ser discernido pelo conhecimento das escrituras, o Pai da mentira fica livre para jogar ideias que, se forem levadas em consideração, vão gerando sentimentos e desejos que ocuparão ao máximo a mente das pessoas nas atividades do dia-a-dia, nos entretenimentos ou nas circunstâncias adversas.
Assim sendo, sem ser discernido pelo conhecimento das escrituras, o Pai da mentira fica livre para jogar ideias que, se forem levadas em consideração, vão gerando sentimentos e desejos que ocuparão ao máximo a mente das pessoas nas atividades do dia-a-dia, nos entretenimentos ou nas circunstâncias adversas.
É importante saber que, como o Reino de Deus é um lugar situado na dimensão eterna ou espiritual, Ele não pode ser entendido sem que antes seja VISTO ou experimentado espiritualmente; por isso, atente: um indivíduo que vai à igreja e ouve as pregações, e em casa até mesmo estuda e conhece muito o conteúdo da Bíblia, mas, no entanto, nunca acordou para a existência do Reino de Deus pelos próprios registros das escrituras, obviamente ainda não entrou nesse reino nem conseguirá desejá-lo ou mesmo anunciá-lo. Tal pessoa ainda está presa ao conhecimento religioso e precisa urgentemente ser convencida do pecado, da Justiça e do juízo pelo Espírito de Deus!
A fé em Deus só tem sentido quando Seu Reino é discernido; infelizmente, é por causa da falta desse discernimento que hoje vemos mais e mais pessoas afirmarem que não acreditam ou que deixaram de acreditar em Deus, como também vemos tantas outras desistirem de congregar. E, paralelamente a essas situações, isso é o que tem acontecido dentro das próprias igrejas: sem discernirem o Reino de Deus ao longo dos séculos, várias doutrinas demoníacas tem sido recebidas como vindas do nosso Criador, e tais conhecimentos tem mantido as pessoas presas na escravidão do pecado sem que elas possam perceber.
Antes de concluir este texto, preciso lembrar algo importante: não se desanime se hoje as pessoas não estão mais recebendo a Jesus como Senhor e Salvador como acontecia há alguns anos atrás, ou a quantidade de pessoas que frequentam as igrejas cristãs está diminuindo.
De acordo com a advertência de Cristo, quanto mais o tempo passa mais a operação da maldade deve ganhar força sobre a face da terra, de maneira que grande parte das pessoas no mundo inteiro ficará insensível à realidade espiritual, e vai deixar de dar importância à mensagem do evangelho, caracterizando o fim dos tempos.
Quem entrou no Reino de Deus pela fé na mensagem da salvação deve continuar fazendo a sua parte, e o Senhor Jesus o recompensará devidamente no grande Dia da sua segunda vinda.
De acordo com a advertência de Cristo, quanto mais o tempo passa mais a operação da maldade deve ganhar força sobre a face da terra, de maneira que grande parte das pessoas no mundo inteiro ficará insensível à realidade espiritual, e vai deixar de dar importância à mensagem do evangelho, caracterizando o fim dos tempos.
Quem entrou no Reino de Deus pela fé na mensagem da salvação deve continuar fazendo a sua parte, e o Senhor Jesus o recompensará devidamente no grande Dia da sua segunda vinda.
Missionária Oriana Costa.