terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

De onde era o batismo de João?

No trecho seguinte, extraído do Evangelho de Mateus, Jesus conversa com os sacerdotes e líderes  religiosos em Jerusalém:

Jesus entrou no templo e, enquanto ensinava, aproximaram-se dele os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos do povo e perguntaram: "Com que autoridade estás fazendo estas coisas? E quem te deu tal autoridade?" Respondeu Jesus: "Eu também lhes farei uma pergunta. Se vocês me responderem, eu lhes direi com que autoridade estou fazendo estas coisas. De onde era o batismo de João? Do céu ou dos homens?" (Mateus 21:23-25)

Nos últimos dois estudos, vimos como aconteceu a entrada de Jesus em Jerusalém, no dia anterior ao evento citado no versículo acima, e o que aconteceu no templo. De fato, foram muitos sinais dados de uma só vez na presença dos líderes religiosos judaicos, no entanto, aqueles senhores não conseguiam enxergar que Jesus Cristo era o Messias que eles deveriam estar esperando.

Quando o Senhor aparece por lá no dia seguinte, ensinando sobre o Reino de Deus, é novamente abordado por aqueles homens, que ainda insistiam em saber "com que autoridade Ele fazia aquelas coisas", ou seja, eles queriam saber quem havia dado a Jesus o poder para realizar os milagres e com quem Ele havia aprendido tanto sobre as escrituras sagradas, a ponto de ensinar sobre elas.

É claro que, depois de ter dado tantas provas de quem Ele realmente era, não seria mais necessário fazer tal pergunta a Jesus. Porém, o Mestre aproveitou a situação para colocá-los numa saia justa, perguntando o óbvio a eles: de onde era o batismo de João.

João Batista foi o profeta que o Pai usou para falar que o Messias já havia chegado, e estava em Israel, bem como que Ele iniciaria seu ministério em breve (por isso, João Batista foi o último profeta da Antiga Aliança). Abaixo seguem três trechos do Antigo Testamento que se referem a ele:

Perto está a salvação que ele trará aos que o temem, e a sua glória habitará em nossa terra. O amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão. A fidelidade brotará da terra, e a justiça descerá dos céus. O Senhor nos trará bênçãos, e a nossa terra dará a sua colheita. A justiça irá adiante dele e preparará o caminho para os seus passos. (Salmo 85:9-13)

Uma voz clama: No deserto preparem o caminho para o Senhor; façam no deserto um caminho reto para o nosso Deus. (Isaías 40:3)
Vejam, eu enviarei a vocês o profeta Elias antes do grande e terrível dia do Senhor. Ele fará com que os corações dos pais se voltem para seus filhos, e os corações dos filhos para seus pais; do contrário eu virei e castigarei a terra com maldição.
(Malaquias 4:5,6)

Evidentemente, aqueles líderes sabiam qual era a resposta da pergunta que o Senhor fez, mas não queriam admitir que estavam errados, que não estavam se importando com as coisas de Deus; eles temiam perder suas posições influentes na sociedade, então mentiram dizendo que "não sabiam" de onde era o batismo de João.

Eles discutiam entre si, dizendo: "Se dissermos: ‘do céu’, ele perguntará: ‘Então por que vocês não creram nele?’ Mas se dissermos: ‘dos homens’ — temos medo do povo, pois todos consideram João um profeta". Eles responderam a Jesus: "Não sabemos". E ele lhes disse: "Tampouco lhes direi com que autoridade estou fazendo estas coisas". (Mateus 21:25-27)

Naquele instante Cristo expôs as reais intenções dos chefes dos sacerdotes e mestres da Lei: todos os que estavam ali entenderam que eles não estavam interessados em fazer a vontade de Deus, mas queriam apenas permanecer no poder, usufruindo das regalias que suas posições lhes proporcionavam.

Então, de uma forma sábia, o Mestre aproveita para confrontá-los educadamente, contando-lhes uma pequena parábola:

"O que acham? Havia um homem que tinha dois filhos. Chegando ao primeiro, disse: ‘Filho, vá trabalhar hoje na vinha’. E este respondeu: ‘Não quero! ’ Mas depois mudou de ideia e foi. O pai chegou ao outro filho e disse a mesma coisa. Ele respondeu: ‘Sim, senhor! ’ Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? "O primeiro", responderam eles. Jesus lhes disse: "Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. Porque João veio para lhes mostrar o caminho da justiça, e vocês não creram nele, mas os publicanos e as prostitutas creram. E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele". (Mateus 21:28-32)

Apesar de João Batista, que anunciou a chegada do Messias, também ter dado os sinais previstos nas escrituras, as lideranças judaicas, que deveriam ter sido os primeiros a discernirem o que Deus estava fazendo, nada perceberam, por causa da dureza de coração deles. 

No entanto, eles sabiam que tanto os procedimentos do profeta como o de Cristo não eram comuns ou vindos da mente humana e, mesmo assim, nem ao menos se deram o trabalho de analisar o que estava acontecendo à luz das escrituras, desprezando totalmente os dois enviados de Deus.

Por estarem espiritualmente cegos e surdos, para aqueles homens, tanto João quanto Jesus eram apenas concorrentes, que precisavam ser eliminados a todo o custo, para que não perdessem a credibilidade do povo e também a honra diante das autoridades romanas.

Texto: Miss. Oriana Costa 

Edição: Pr. Wendell Costa



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